spot_img
- Publicidade -
- Publicidade -spot_img

Madikwe: safaris de sonho na África do Sul (Parte 4)

Um safari a pé numa reserva como a de Madikwe, na África do Sul, onde existem leões, rinocerontes e tanta vida selvagem, pode parecer uma aventura de loucos, mas é uma experiência tranquilizadora, um reavivar da nossa ligação à natureza.

Estamos a chegar ao fim desta viagem (ver Parte 1, Parte 2 e Parte 3) e vamos fazer um ‘bushwalk’ ao nascer do Sol, guiados por Ernie.

Em vez de uma chamada telefónica, o serviço de despertar no Royal Madikwe Luxury Safari Lodge é um leve toque na porta e uma voz a dizer-nos que é hora de acordar. Um suave despertar para uma manhã fria, que se torna mais confortável logo que agarramos uma chávena de café quente e biscoitos.

Subimos ao jipe descapotável e contrariamos o frio enrolados em mantas, com sacos de água quente ao colo. Seguimos assim para a savana, a ver o Sol aparecer no horizonte.

Paramos num planalto e descemos para iniciar o safari a pé. O Ernie explica-nos as regras para caminhar em segurança. Vamos em fila, próximos uns dos outros, em silêncio. A regra de ouro é nunca correr.

A verdadeira sensação de perigo atinge-nos quando o Ernie começa a explicar como usar a arma, para o caso de acontecer alguma coisa e ficar impossibilitado de a utilizar. Mas tranquiliza-nos de imediato, dizendo que ele próprio nunca teve necessidade de usar a arma, muito menos um dos seus turistas.

Nos primeiros dez minutos da caminhada, questiono-me sobre a ideia de estar ali, a caminhar numa reserva cheia de animais selvagens, cheia de predadores. A certeza de que se trata de uma loucura ocorre sobretudo nas zonas de mato mais denso. Nas planícies abertas é possível relaxar, mas no mato cerrado é inevitável imaginar que na próxima abertura na vegetação poderá estar um leão deitado, que decerto aproveitará a nossa passagem para se alimentar.

Avançamos em silêncio e, à medida que prosseguimos intactos e sem encontros inesperados, torna-se cada vez mais certo que o nosso guia Ernie sabe que a zona é segura para caminharmos. Está atento às pegadas e ao movimento das aves.

Paramos para observar aranhas de cores garridas e as suas teias fortíssimas, que podemos puxar como a corda de uma guitarra e continuam intactas. Mais à frente, paramos novamente para ver as bolas de excrementos feitas por escaravelhos, abrigos perfeitos que constroem para pôr ovos.

O Ernie faz sinal para pararmos mais uma vez e aponta para o chão. Primeiro não percebo para onde estamos a olhar. Só depois vejo que são pegadas de elefante, tão grandes que se confundem com o resto da terra fina remexida.

Levanto a cabeça e lá estão, ao fundo, os elefantes. O Ernie explica o plano. Vamos contornar aqueles arbustos e aproximar-nos pela lateral. E é o que fazemos até ficarmos a 50 metros dos três enormes mamíferos.

Ali ficamos um tempo, a sussurrar o nosso espanto e a desfrutar do privilégio de ver os gigantes da savana africana no seu ambiente natural. Alimentam-se do que a natureza lhes dá, como o homem em tempos fez e talvez por isso seja tão grande a ligação entre nós e a cena a que assistimos.

Se viajar serve para nos conhecermos na observação dos outros, uma viagem para uma reserva como esta mostra-nos o nosso lado primitivo, relembra-nos a simplicidade da nossa existência, das necessidades mais básicas que temos que satisfazer e da sua importância em relação ao resto, ao trabalho, à política, às guerras, modas e tecnologias.

A caminhada prossegue durante uma hora, num percurso de cerca de cinco quilómetros. Sem perceber como consegue o Ernie orientar-se naquela imensidão, encontramos o jipe onde o deixámos, numa planície aberta.

E chegou o momento de repor energias. O Ernie levanta a grelha do jipe que se transforma em mesa e faz café para bebermos com Amarula, um licor de creme, que transforma aquela bebida numa espécie de galão ligeiramente alcoólico e suavemente adocicado.

Foi apenas um aperitivo. No Royal Madikwe Luxury Safari Lodge espera-nos uma mesa cheia e colorida, com vista para o lago, onde estão elefantes a beber água. Iogurte, granola e fruta, café e ovos benedict, tudo isto com a paisagem viva que é aquele lago. Depois dos elefantes chegam os javalis, depois os búfalos, as girafas e outros.

Continua: Parte 5

Para ver clique: Parte 1 , Parte 2 e Parte 3

O PressTUR viajou a convite do Turismo da África do Sul

- Publicidade -
- Publicidade -spot_img