Os animais e as paisagens fazem destes safaris em Madikwe uma experiência de sonho, mas sem a sabedoria e a simpatia dos guias, sem as pausas em plena savana para petiscar e sem o requinte dos lodges, a satisfação ficaria incompleta.
Depois do primeiro safari (ver Parte 1), o nosso guia – o Billy – fala-nos da sua história. Há mais de 15 anos que mostra vida selvagem a turistas, primeiro no Kruger, o parque mais famoso da África do Sul, e depois aqui, na reserva Madikwe, que diz preferir, por ser mais calmo. Antes de ser guia, foi ‘tracker’, observou pegadas e outros vestígios em busca de animais. Ainda antes disso, trabalhou na área da conservação das espécies e na prevenção contra caçadores furtivos.
Quando era mais novo, o Billy aventurava-se a seguir as pegadas até ficar frente a frente com os animais. “Se estiveres a seguir as pegadas de um leão, não podes inclinar a cabeça para baixo, tens que levar a cabeça erguida, olhar para as pegadas e, ao mesmo tempo, olhar para a frente. E precisas de escutar, porque os leões emitem sons quando se sentem ameaçados. Se não estiveres atento, vais ter um encontro muito agradável para o leão”, disse a rir.
O Billy já não se põe nessas situações. São aventuras de antigamente, mas ainda guarda memória das sensações: “Ouvir o rugido de um leão, frente a frente, com os pés no chão, faz mesmo disparar a adrenalina”.
Ouvimos esta e outras histórias à mesa, no Madikwe Safari Lodge, enquanto jantamos carnes grelhadas ao ar livre, aquecidos por fogueiras e iluminados por candeeiros a óleo pendurados nas árvores. As estrelas brilham no céu.
É neste lodge que pernoitamos pela primeira vez dentro da reserva. O luxo do Madikwe Safari Lodge é palpável no cuidado e simpatia dos funcionários, na qualidade e diversidade da gastronomia e bebidas, e também nas instalações e decoração, nos quartos com piscina privativa, camas suaves como nuvens e extrema atenção ao pormenor.
O lodge tem capacidade apenas para 40 pessoas e está dividido em três áreas para diferentes visitantes, sendo uma delas para quem viaja com filhos pequenos e as outras para quem procura mais exclusividade.
No dia seguinte, acordamos antes do amanhecer para voltar à savana. Depois de um café e uns biscoitos, às 6h já estamos no jipe, enrolados em mantas, a sentir o vento frio na cara e a ver o Sol aparecer atrás das montanhas.
O Billy, sempre atento, ouve um som que nos escapa e desliga o jipe para escutar melhor. Percebe de onde vem, torna a ligar o motor e leva-nos mato adentro. De repente, ali estava o que intrigava o nosso guia: três rinocerontes-brancos. O som que ouviu era uma fêmea com a sua cria a afastar um grande macho.
Voltamos à estrada e, mais à frente, numa grande planície, vemos outra espécie deste mamífero, mais rara e assustadiça: o rinoceronte-negro. Corre sem parar até o perdermos de vista nos arbustos.
Seguiram-se elefantes, girafas e zebras até que chegou a altura de uma pausa para repor energias. Numa clareira, em plena savana, esperavam-nos os funcionários do hotel com uma mesa montada e panquecas servidas para acompanhar com mirtilos, morangos, fisális, compotas, salmão fumado, queijo creme e café. Tudo ali, no mundo natural.
É assim que nos despedimos do Madikwe Safari Lodge e arrancamos para outro alojamento, mais perto da fronteira entre a África do Sul e o Botswana. A viagem dá-nos uma ideia da grande extensão da reserva. Foram quase duas horas em estradas de terra, com alguns desvios para ver animais.
Esperam-nos no Royal Madikwe Luxury Safari Lodge, com uma refeição servida ao ar livre, com vista para um lago em plena savana. Enquanto comemos, observamos os grandes mamíferos a chegar, a beber água e a partir. Primeiro gnus, depois elefantes, búfalos, girafas e outros.
A aventura continua nos dias seguintes e não será apenas de jipe. Vamos mesmo caminhar no mato, em busca dos Big Five.
Continua: Parte 3
Para ver a primeira parte clique: Parte 1
O PressTUR viajou a convite do Turismo da África do Sul