A Emirates sente “o dever cumprido” após 10 anos de operação em Portugal, durante os quais ajudou a criar “uma nova cultura de viagem”, segundo afirmou o director da companhia em Portugal, David Quito, em entrevista ao PressTUR.
PressTUR: Fez dez anos em 2022 que a Emirates chegou a Portugal…
David Quito: Fizemos dez anos em Julho do ano passado. Fechámos com chave de ouro, com muitos eventos. Foi um marco na nossa história principalmente porque, quando nós começámos em 2012, havia muitas dúvidas no ar: se Portugal teria capacidade para a Emirates por ser um mercado pequeno, se a Emirates vinha mas ia-se embora depois. E não. Estamos cá de pedra e cal. Crescemos, oferecemos novos destinos e só parámos durante a pandemia porque fomos obrigados a isso. Assim que nos deixaram, recomeçámos logo a voar para cá. Os dez anos são um marco. Para nós todos como mercado e como portugueses é sempre um privilégio ter uma companhia do estatuto da Emirates, que foi eleita várias vezes como melhor companhia do mundo, que tem um serviço de Primeira Classe único em Portugal, que verdadeiramente aproxima pessoas em todo o mundo e que veio encolher as viagens de longo curso. Acho que é muito bom para Portugal termos a Emirates. Permite ligações a novos destinos e toda esta dinâmica a nível económico, a nível de lazer, de empresas, de pessoas que trabalham cá mas visitam a família noutros países e de portugueses que estão fora e que vêm visitar a família a Portugal. Passados dez anos sentimos o dever cumprido. Criámos as bases da companhia. Os portugueses acolheram muito bem a Emirates. Agora é pensar o que podemos fazer de futuro.
PressTUR: Quais são os vossos objectivos?
David Quito: Em primeiro lugar é absorver esta capacidade, os dois voos em Lisboa. Depois é o Porto, e só vamos descansar quando o Porto retomar. E depois, a partir daí lá está… quem diria há 10 anos que a Emirates iria ter dois voos diários para Lisboa e um para o Porto? Já para um havia muitas dúvidas. E estamos a falar de um tipo de rota que não é natural para o mercado português. Natural para o mercado português era Europa, Brasil e América, Angola e Moçambique, pelos próprios laços de proximidade. Tudo o que seja Médio Oriente e Ásia é algo que estamos a criar. Passados 10 anos já conhecemos muita gente que vai às Maldivas, à Tailândia, à Austrália, a Bali. Introduzimos vários destinos na cultura portuguesa. Criou-se um novo padrão, uma nova cultura de viagem pela qual somos muito responsáveis.
PressTUR: Mas também existem alternativas, como a Turkish Airlines e outras…
David Quito: Claro que sim. Eles também fazem e também têm a sua operação. A Emirates a nível de imagem e de produto é muito forte. O tipo de equipamento que nós temos é um marco. É associar o facto de existirem novos destinos em Portugal, uma porta aberta para tudo o que é Oriente e Ásia, a uma marca muito conhecida e a um tipo de produto carismático, que as pessoas querem experimentar.
PressTUR: Quantas pessoas trabalham na Emirates em Portugal?
David Quito: Somos 22 a trabalhar no aeroporto, carga, comercial e finanças.
PressTUR: Planeiam aumentar?
David Quito: Espero que sim. Em teoria, mais voos, mais pessoas.
PressTUR: O número de trabalhadores não corresponde à oferta com o segundo voo diário?
David Quito: Temos uma vaga aberta para o aeroporto, para supervisor. Quanto mais voos, mais turnos, precisamos de mais pessoas.
PressTUR: Mantiveram a mesma equipa comercial?
David Quito: A primeira linha de contacto com os agentes e os operadores continua exactamente igual, não houve mudança nenhuma. São eles que têm relacionamentos, que conhecem as pessoas. E acho que é daí que vem o feedback que temos do mercado, que é a estabilidade. Percebem que há pessoas e que não é um call center que está no fim do mundo e não atende. Essa questão da estabilidade do produto, do serviço e da pessoa saber que qualquer problema que surja há alguém que atende o telefone ou responde ao e-mail. Acho que isso é muito positivo para o mercado português e acho que o mercado valoriza muito isso.
PressTUR: O valor da estabilidade aumentou com a pandemia?
David Quito: A estabilidade é fundamental. Principalmente no mundo de hoje em dia em que há tantas incógnitas. Tentamos cumprir o nosso papel, que é transportar passageiros bem, com um bom produto e com um bom serviço. Agora, há muitas outras variáveis que podem acontecer e que nós tentamos minimizar e que até agora tem corrido bem. Nunca cancelámos voos durante o Verão do ano passado, que sabemos que foi problemático.
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