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Nápoles, a renascida

Nem todos os destinos turísticos estão moldados para qualquer estação do ano, mas não é o caso de Nápoles, capital da região da Campânia. É certo que em termos de captação de turistas, a terceira maior cidade da Itália, tem concorrentes à altura como Florença, Veneza ou Roma, mas tem sabido consolidar a sua posição e nesta época está, literalmente, a abarrotar de turistas.

A ‘culpa’ de tamanho frenesim nesta altura do ano, deve-se em grande parte ao mercado de Natal e à tradição dos presépios que tornou Nápoles uma espécie de epicentro da arte presepial muito apreciada pelos italianos (e não só), multiplicando-se as iniciativas de acesso livre ou em espaços museológicos até 6 de Janeiro. Há presépios minúsculos que se poderiam meter num bolso e outros gigantes, com milhares de peças, normalmente adquiridos por igrejas, empresas e outras instituições para exibição nesta altura do ano.

São aos milhares os turistas nacionais e estrangeiros que se aglomeram no centro histórico para ver as pequenas, médias e grandes obras de arte, muito minuciosas e que podem ser apreciadas em vários locais, com o epicentro na Via San Gregorio Armeno, que está repleta de artesãos e pequenas lojas e que vendem não só presépios, mas 1.001 figuras e materiais artesanais para aqueles mais prendados que não aceitam versões instantâneas e empenham-se mesmo à séria no espírito natalício e querem criar o seu próprio presépio.

Se o espírito é de Natal, não podíamos por isso ter vindo em melhor altura e ter ficado em melhor local para desfrutar a cidade. O Eurostars Hotel Excelsior (clique para ler: Hotel das Estrelas é cenário perfeito para férias em Nápoles), localizado a escassos 10 minutos a pé do centro histórico e bem junto à marina com a sua oferta generosa de restaurantes e bares, permite aceder facilmente aos pontos culturais mais relevantes da cidade e garante em simultâneo a experiência gastronómica completa que associa comida a uma vista inspiradora para o mar e para o Vesúvio, adormecido, sempre em pano de fundo.

Numa escapadinha de três dias, bem organizada, reservar tempo para conhecer o centro da cidade, a par do mercado de Natal é, pois, essencial.

O centro histórico de Nápoles foi declarado Património Mundial pela UNESCO em 1995 devido ao seu valor cultural e arquitetónico que mantém o traçado original desde o período grego. Com uma área de mais de 1.000 hectares, uma das maiores da Europa, o centro está repleto de arte e arquitetura clássica com as colunatas imponentes da Piazza del Plebescito, o majestoso Palazzo Reale (mandado construir pelos vice-reis espanhóis em 1600), o Castelo Novo, a Ópera de San Carlo (fundada em 1737 é a casa de ópera mais antiga do mundo) e a Catedral de Nápoles, entre tantos outros.

Na Piazza Trieste e Trento vale a pena fazer uma pausa e saborear um cappuccino original no famoso  Gran Caffè Gambrinus, um café art nouveau popularizado por Oscar Wilde, um dos seus mais famosos clientes.

Entrando na Via Toledo, a maior avenida da cidade, não faltam opções para quem quer andar às compras e aqui marcam pontos as lojas de moda e sapatarias, que ocupam os pisos térreos de elegantes palácios transformados em escritórios.

Numa das suas transversais, é possível aceder-se ao Quartieri Spagnoli, outro ponto a não perder. Conotada durante décadas como a cidade da droga e da máfia, uma reputação que as séries televisivas ajudaram a consolidar, Nápoles tem vindo a limpar essa imagem decadente, tornando até lugares outrora associados à criminalidade, em locais procurados pelos turistas que querem autenticidade a embrulhar também a oferta gastronómica.

É o caso do Bairro Espanhol (Quartieri Spagnoli), originalmente construído para albergar militares espanhóis no século XVII, que se transformou numa das zonas mais vibrantes de Nápoles, repleta de vida, trattorias, mercados e onde podemos assistir ‘in loco’ à devoção absoluta que os napolitanos têm pelo futebolista argentino Diego Maratona. Nas paredes dos prédios antigos das ruelas estreitas do bairro, nos muitos restaurantes, barzinhos e cafés não faltam murais, graffitis e fotos do deus Maradona, que, relembre-se, durante sete anos vestiu a camisola do Nápoles, clube que entrou definitivamente no mapa do futebol graças ao mítico jogador. Num dos bares, pasme-se, há até uma madeixa da farta cabeleira de Maradona, devidamente encapsulada e colocada em local bem visível para o turista ver…

Retomando a via Toledo, um pouco mais a leste, encontra-se a Piazza Gesù Nuovo e a igreja com o mesmo nome, cujo interior está ricamente decorado com mármore, dourado, estuques e frescos. A famosa Spaccanapoli, rua estreita que atravessa o antigo centro histórico da cidade de Nápoles, e que significa, literalmente, “Divisor de Nápoles”, pelo facto de parecer dividir aquela parte da cidade, dá o mote para visitar a igreja de Santa Chiara, a igreja fortificada de San Domenico Maggiore, a Capela Sansevero ou o célebre Cristo Velado de Giuseppe Sanmartino. Aqui, não faltam locais de culto ou não estivéssemos nós em Itália.

Para quem não tem tendências claustrofóbicas existe uma outra inesperada atracção em Nápoles – as Catacumbas de San Gennaro. Com 5.800 m2 (apenas uma parte aberta aos visitantes), as catacumbas agregam um conjunto labiríntico de câmaras interligadas, construídas ao longo dos tempos debaixo do solo e usadas para enterros pagãos e cristãos.

Este imenso cemitério subterrâneo, escavado na rocha porosa da encosta de Capodimonte, a norte de Nápoles, só pode, naturalmente, ser visitado com guias.

Destino gastronómico e histórico

Como qualquer roteiro turístico que se preze, também aqui a degustação gastronómica é mesmo um ‘must’, até porque Nápoles já é considerado um dos melhores destinos para se comer…  Provar as inúmeras variantes das famosas pastas italianas nos restaurantes do centro ou junto à baía, é imprescindível, e claro, as pizzas! Estamos no seu berço e foi aqui que nasceu a pizza napolitana e a célebre  ‘margherita’ criada, então, em homenagem à rainha de Itália em 1889.

Dentro do universo das pizzas clássicas italianas, o estilo napolitano é considerado a matriz a partir da qual muitas outras variações se desenvolveram. A sua importância histórica e cultural é tão significativa que este é o único estilo de pizza individualmente protegido como uma “Especialidade Tradicional Garantida” pela União Europeia, que define legalmente as suas características para preservar a receita original. E a UNESCO integrou a arte dos pizzaioli napolitanos na lista representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade, em 2017.

Outros pratos típicos de Nápoles incluem a pasta alla puttanesca, o ragù napoletano e o sfogliatella.

Uma das vantagens de Nápoles é também a possibilidade de constituir um bom ponto de partida para passeios incríveis nas imediações das quais as mais procuradas são a Costa Amalfitana (um trecho de 50 km do litoral sul da Península Sorrentina, na região da Campânia), a luxuosa e mítica ilha de Capri (a uma hora de ferry a partir de Nápoles) ou a fascinante e trágica história de Pompeia, um autêntico museu em tamanho real de como eram as cidades prósperas do século século VII a.C, a apenas meia hora de distância de carro.

A escolha recaiu na terceira opção e fechou com chave-de-ouro a nossa escapadinha de três dias. O Parque Arqueológico de Pompeia, património mundial da UNESCO, é um dos sítios mais visitados e emblemáticos da Itália, atraindo milhões de turistas todos os anos, tendo levado as autoridades a implementar um limite de 20.000 visitantes por dia, para gerir o turismo de massas.

A cidade da Roma antiga, que ficou soterrada pelas cinzas produzidas durante a erupção do Vesúvio em 79 d.C., congelou no tempo e preservou um espólio inestimável de casas, templos, pinturas e múltiplos artefactos dos seus habitantes.

A erupção destrutiva causada pelo Monte Vesúvio cobriu de cinzas Pompeia e as cidades vizinhas de Herculano e Stabia, proporcionando uma visão única da sociedade romana da época. Na época da erupção, a cidade era um importante e concorrido centro cultural e económico do Império Romano, com teatros, banhos públicos, mercados e residências luxuosas.

Aqui viviam 20 mil pessoas, a maioria das quais conseguiu escapar quando o Vesúvio despertou. Estima-se que cerca de 2.000 pessoas morreram devido às ondas piroclásticas de gás, cinzas e calor extremo, que mataram instantaneamente muitas das vítimas.

Curiosamente, a cidade de Pompeia permaneceu enterrada e esquecida por séculos até ser reencontrada por mero acaso em 1748. Desde aí, e até hoje, tem sido um permanente desvendar de preciosas relíquias, trazendo à luz uma cidade inteira com as suas ruas, casas, templos, pinturas, mosaicos e até mesmo corpos petrificados, todos preservados pelas cinzas vulcânicas.

É fascinante passear pelas ruínas bem preservadas do Fórum, dos anfiteatros, as termas, a casa do Fauno, a Villa dos Mistérios e tantas outras preciosidades. O parque é enorme e merece algum tempo de planeamento prévio para priorizar alguns dos locais mais imperdíveis. Para os amantes de História, é uma autêntica perdição e recomendamos mesmo um dia inteiro dedicado só a Pompeia.

De regresso a Nápoles, à vibrante cidade das pizzas, dos presépios, da animação noturna e dos muitos palácios e igrejas, não temos dúvidas de que a cidade irá continuar a bater-se ferozmente junto de outros competitivos destinos da Itália pela atenção dos turistas. E a ganhar pontos!

Ver também: Hotel das Estrelas é cenário perfeito para férias em Nápoles

O PressTUR viajou a convite da Eurostars Hotel Company

Para ver mais clique: Viagens e Experiências

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