O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou hoje que a tendência de redução da variação homóloga da inflação é um sinal encorajador para 2023, embora não garanta que já tenha atingido o pico.
“A variação homóloga da inflação tem vindo a diminuir”, começou por destacar Fernando Medina, hoje numa conferência de imprensa que contou também com a participação dos ministros da Economia e do Mar, António Costa Silva, e do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
A tendência de redução das variações homólogas “não nos permite ainda dizer que já atingimos o pico e que já estamos definitivamente num processo de regressão da inflação, mas são sinais encorajadores relativamente àquilo que se possa vir a passar no ano de 2023”, frisou o ministro das Finanças, em declarações transmitidas pela RTP.
Fernando Medina acrescentou que a inflação é um dado “fundamentalmente afectado e determinado por variáveis que Portugal não controla, sejam os preços dos produtos energéticos, sejam os preços dos produtos alimentares”.
A estimativa rápida divulgada hoje pelo INE destaca que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído para 9,6% em Dezembro, uma taxa inferior em 0,3 pontos percentuais à observada no mês anterior.
O INE sublinha que “o indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) terá registado uma variação de 7,3% (7,2% no mês precedente), taxa mais elevada desde Dezembro de 1993”.
A estimativa do INE acrescenta que a taxa de variação homóloga do índice relativo aos produtos energéticos terá diminuído para 20,9% (24,7% no mês anterior), enquanto o índice referente aos produtos alimentares não transformados terá apresentado uma variação de 17,6% (18,4% em Novembro), “contrastando com a aceleração estimada nos produtos alimentares transformados, que terão registado uma variação de 17,5% (16,8% no mês precedente)”.
Comparativamente com o mês anterior, a variação do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá sido -0,3% (0,3% em Novembro e nula em Dezembro de 2021).
Para os últimos 12 meses, o INE estima uma variação média de 7,8% (7,3% no mês anterior).
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português terá registado uma variação homóloga de 9,8% (10,2% no mês precedente).