O Banco de Portugal indicou hoje que prevê que, “até 2026, o emprego deverá continuar a aumentar, e o desemprego permanecerá baixo”, que é uma boa perspectiva para a venda de viagens em Portugal, a qual depende em grande medida da evolução do emprego.
A previsão faz parte do Boletim Económico de Março do Banco de Portugal, o qual aponta para uma melhor evolução da economia portuguesa do que tinha sido antecipado anteriormente, com crescimento do PIB em 2,0% este ano e 2,3% em média em 2025-2026.
“A atividade económica deverá continuar a apresentar um crescimento superior ao da área do euro, com um dinamismo próximo do potencial, não obstante um enquadramento caraterizado por um crescimento da procura externa mais fraco e condições financeiras mais desfavoráveis face aos dos anos anteriores à pandemia”, lê-se no Boletim.
O documento avança ainda que “a inflação deverá continuar a diminuir, para 2,4% em 2024, 2% em 2025 e 1,9% em 2026”, acrescentando que “face ao Boletim Económico de Dezembro de 2023, o crescimento económico foi revisto em alta, 0,8 pp em 2024 e 0,2 pp em 2025–26, e a inflação em baixa, 0,5 pp em 2024”.
A previsão do banco central para o consumo privado é de um aumento em 2,1% este ano, seguido por +1,9% em 2025 e +1,8% em 2026, com a procura interna a crescer 2,4% este ano e no próximo e 2,1% em 2026.
Para as exportações, a nova previsão do Banco de Portugal é de crescimento em 3,5% este ano, em 4% no próximo e em 3,3% em 2026.
O Banco de Portugal diz ainda no Boletim que “O comportamento mais favorável que o esperado da atividade em 2023 reflectiu, em larga medida, a resiliência do mercado de trabalho”, acrescentando que “o emprego continuou a aumentar, sustentado na elevada criação de novos postos de trabalhos, com ganhos nos sectores mais bem remunerados”.
O Banco de Portugal avança ainda que “a taxa de desemprego manteve-se baixa, situando-se próxima dos valores de 2019, tal como o número de alojamentos familiares com indivíduos desempregados. Esta evolução, conjugada com um crescimento dos salários reais, teve contrapartida na situação financeira das famílias, tendo-se registado ganhos do rendimento disponível real nos últimos três anos”.
O banco central diz ainda que “a resiliência da economia portuguesa, uma economia aberta e fortemente integrada na UE, é um fator distintivo da conjuntura recente” e que “esta resiliência reflecte a manutenção das condições de estabilidade financeira, orçamental e institucional”, referindo que “entre os fatores estruturais de sustentação do crescimento num contexto mais adverso” sobressai também “a competitividade revelada pelas empresas portuguesas e a melhoria continuada das qualificações da população”.
O Boletim realça o impacto da recuperação do turismo face à pandemia para a evolução das exportações, escrevendo que “o crescimento de 4,2% das exportações totais foi sustentado pela componente de serviços, reflectindo o impacto da recuperação pós-pandemia do turismo mundial, enquanto a componente de bens estagnou”.
“Projeta-se um crescimento anual da componente de serviços de 4% em 2024–25 e de 3,3% em 2026”, avança de seguida o Boletim que refere que este ano “o turismo deverá manter um dinamismo superior ao do total das exportações”, explicitando que “as exportações de serviços deverão continuar a beneficiar da perceção de Portugal como destino turístico seguro”.
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