A Azul, que tem pressionado a TAP para receber antecipadamente os 198 milhões de euros de um empréstimo obrigacionista feito em 2016, anunciou esta segunda-feira um acordo com os detentores de títulos da sua dívida para obter um financiamento adicional de até 500 milhões de dólares (462,6 milhões de euros).
O acordo pretende aliviar as preocupações do mercado sobre o peso da dívida nas contas da companhia aérea, de acordo com uma notícia da Reuters.
O novo capital foi uma condição de um recente acordo da Azul com locadores (lessors) para eliminar quase 550 milhões de dólares em obrigações em troca de uma participação accionista de cerca de 20% da empresa.
No âmbito do acordo com os detentores de títulos da sua dívida, a companhia aérea disse num documento de valores mobiliários que receberá 150 milhões de dólares esta semana e outros 250 milhões de dólares até ao final do ano em novas dívidas, totalizando 400 milhões de dólares.
O acordo poderá incluir mais 100 milhões de dólares em financiamento e uma potencial troca de dívida por capital de até 800 milhões de dólares se a empresa conseguir melhorar ainda mais o seu ‘cash flow’, reduzindo os custos em cerca de 100 milhões de dólares por ano.
“Isto permitirá uma rápida desalavancagem da Azul”, disse o CEO, John Rodgerson, em entrevista citada pela Reuters. “Dizem «somos credores, mas queremos ser acionistas se tivermos esta redução de custos». É uma opção, mas estou confiante de que a aceitaremos”.
O CEO da Azul indicou que, entre as opções analisadas para conseguir as reduções de custos propostas estão a negociações com os locadores e fabricantes como a Embraer, Airbus, GE, RTX e Pratt & Whitney.
Os acordos implicam uma diluição do capital, mas, de acordo com a Reuters, John Rodgerson descarta qualquer preocupação nesse sentido. “É óbvio que vai haver diluição, mas de uma empresa muito mais forte”.
A notícia acrescenta que também está incluído um acordo para melhorar o ‘cash flow’ da companhia aérea em 150 milhões de dólares, reduzindo certas obrigações dos locadores e fabricantes de equipamentos nos próximos 18 meses.
A Azul renegociou 98% das suas obrigações com locadores e fabricantes como parte de um acordo previamente anunciado e agora finalizado.
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