Apesar da perda de poder de compra das famílias e do aumento dos preços, a Chief Operating Officer da Solférias, Sónia Regateiro, encara o próximo ano com ambição e boas expectativas. “Se formos muito cépticos nem nos permitimos arriscar”.
PressTUR: Tendo em conta o desempenho este Verão, planeiam manter todas as operações charter em 2024?
Sónia Regateiro: Vamos manter todas as operações, sim.
PressTUR: Vão aumentar ou reduzir alguma?
Sónia Regateiro: Estamos em fase de análise. Nós agora habituámo-nos a lançar novidades e agora se não lançarmos qualquer novidade vamos ficar tristes, não é? No ano passado lançámos o Senegal, este ano foi Zanzibar. E gostaríamos mesmo muito de lançar qualquer novidade no próximo ano. Logicamente não é fácil porque o mundo não estica. Estamos neste momento a analisar. Posso dizer que a nível de Cabo Verde poderemos vir a aumentar espaço juntamente com os nossos parceiros. Em alguns destinos onde não podemos reforçar com voos extra, devido à falta de slots em Lisboa, estamos a tentar operar com aviões maiores para ter mais capacidade de venda. Mas neste momento estamos em plena fase de contratação, ainda não temos nada fechado.
PressTUR: A programação de Natal e fim de ano já está todo lançada? Como é que estão as vendas?
Sónia Regateiro: O réveillon está todo lançado. Temos charters para a Ilha do Sal a começar a 25 de Novembro, de Lisboa e Porto, até 30 de Dezembro, última partida. E temos um voo de reforço de Lisboa e Porto para o Sal a 26 de Dezembro. Temos também charters para o Funchal, dois de Lisboa e dois do Porto, a 28 e a 29 de Dezembro, com quatro noites. Para o Brasil temos dois de Lisboa e dois do Porto para Maceió e Salvador. Além da oferta charter também temos lugares em garantia com a Emirates para as Maldivas, Tailândia, Dubai e Ras Al Khaihma. Temos lugares com a Air Europa para Havana e temos muitos bloqueios com a TAP para Marraquexe, Senegal, Fortaleza, Natal, Rio de Janeiro, Recife. Muita programação.
PressTUR: Como estão a correr as vendas para o réveillon?
Sónia Regateiro: Para a Ilha do Sal já só temos lugares na partida de 30 de Dezembro. A saída de 26 de Dezembro já era… Claro que pode haver cancelamentos. Para o Brasil estamos com uma média de ocupação de 72% nos quatro voos. E o Funchal também está bem. Nos dois voos de Lisboa temos 171 lugares livres e 65 vendidos, e nos dois voos do Porto temos 138 lugares livres e 98 vendidos.
PressTUR: Portanto, estão confortáveis com as operações charter de réveillon…
Sónia Regateiro: Sim, estamos. Das operações do Brasil, curiosamente, o que está a custar a sair mais é o Porto – Salvador, que, normalmente, chegava ao final de Agosto e estava esgotado. Este ano têm-se vendido muito mais o Porto – Maceió do que o Porto – Salvador.
PressTUR: Com perda de poder de compra das famílias, aumento dos preços na hotelaria, na aviação e em quase tudo, como é que estão a encarar o próximo ano?
Sónia Regateiro: No início deste ano já começámos a ouvir falar nisso. Quando ouvíamos as notícias dos aumentos das taxas de juro parecia que estava tudo num drama. Depois víamos o ritmo de compra, não só de viagens mas globais, fazia-nos pensar que não estávamos no mesmo país. Em relação ao próximo ano… É ver. Cada ano tem as suas dificuldades. Cada ano é um ano. É sempre difícil de avaliar. Nós estamos sempre com o melhor feeling para o próximo ano. Se for entrar no próximo ano já derrotista não faço nada. Tenho que ir com a mentalidade de que isto vai correr bem, senão não arrisco. Quando estamos a preparar as operações temos que estar motivados e animados para correr o risco. Se formos muito cépticos nem nos permitimos arriscar. Logicamente que tem que ser controlado, tem que ser um risco ponderado. Tem que se ser flexível. Na fase da contratação temos que assegurar com os parceiros a possibilidade de reverter as coisas com um deadline. Agora, o ponto de partida é sempre o mais positivo possível, e o mais ambicioso possível. Depois vai-se gerindo.
Para ler a entrevista completa clique:
“Vamos manter Zanzibar, sem dúvida nenhuma” – Sónia Regateiro, Solférias
Ilha do Sal voltou a ser um sucesso. “Mais houvesse para vender” – Sónia Regateiro, Solférias
Quebra na qualidade de serviço afectou operação do Porto Santo – Sónia Regateiro, Solférias
“Nunca vamos deixar um agente de viagens sem uma solução” – Sónia Regateiro, Solférias
“Temos que estar motivados e animados para correr o risco” – Sónia Regateiro, Solférias
