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“Temos que abrir os céus africanos” – ministra do Turismo da África do Sul

A conectividade aérea é um dos maiores entraves ao crescimento do turismo em África e houve progresso nos últimos anos, mas, segundo a ministra do Turismo da África do Sul, há muito trabalho até alcançar o seu objectivo principal: “abrir os céus africanos”.

“Adoraria ver algo como o espaço Schengen” em África, mas “é muito difícil, as pessoas são muito territoriais”, frisou Patricia de Lille numa conferência de imprensa na feira de turismo Africa’s Travel Indaba, em Durban.

Vários países africanos “não conseguem ainda ver que o benefício do turismo pode trazer valor, crescimento económico e criação de emprego”. Em vez disso, estão “mais interessados em recolher impostos nos aeroportos e em regulamentar”, acusou a governante.

Patricia de Lille disse aos jornalistas que esteve reunida esta semana com ministros e vice-ministros de Turismo dos 26 países africanos presentes na Africa’s Travel Indaba. “Falámos sobre acessibilidade aérea, mas também já tínhamos falado no ano passado. Houve algum progresso, mas temos que abrir os céus africanos”, frisou.

Na inauguração da feira, a ministra já tinha declarado a sua posição sobre o tema: “o tempo de conversar acabou e é hora de finalizar acordos e implementar um sistema melhorado de acesso aéreo para África”.

A África do Sul, de acordo com a ministra, tem vindo a melhorar a sua conectividade aérea com o exterior. Além dos voos directos da British Airways e da Virgin Atlantic a partir do Reino Unido, o país terá, a partir de 28 de Outubro, uma nova rota directa da Norse Atlantic Airways entre Londres Gatwick e a Cidade do Cabo.

No final do ano passado, a South African Airways (SAA) também inaugurou voos entre São Paulo, no Brasil, e Joanesburgo e Cidade do Cabo, bem como entre Abidjan, na Costa do Marfim, e Joanesburgo.

A ministra destacou ainda a nova rota anunciada pela companhia aérea Airlink entre Mbombela (antiga Nelspruit), em Moçambique, e Joanesburgo, que arranca em Julho deste ano.

A nível internacional, a África do Sul tem 41 mercados com rotas directas activas, mas a Índia, o Canadá, Espanha, Itália e Rússia não têm voos directas, “apesar de serem mercados-chave”, destacou Patricia de Lille. “Continuamos a trabalhar com as várias partes interessadas, tanto no sector público como no privado, para mudar esta situação”, garantiu a governante.

Em voos internacionais, a África do Sul conta com “mais de oito milhões de lugares”, o que corresponde a “um aumento de 8% em relação a 2023, mas permanece 14% abaixo da capacidade pré-pandemia”, destacou Patricia de Lille.

Em voos domésticos, a África do Sul dispõe de mais de 17,5 milhões de lugares, “ainda 19% abaixo dos níveis pré-pandemia”, acrescentou a ministra.

South African Airways

Sobre a companhia aérea South African Airways, da qual a África do Sul detém uma participação de 49%, Patricia de Lille sublinhou que espera ver a empresa tornar-se “mais estável nos próximos meses”.

A South African Airways está à procura de um novo parceiro estratégico para injectar capital. Em 2021, o governo sul-africano vendeu uma participação de 51% da companhia ao Consórcio Takatso, um grupo privado liderado pela empresa pan-africana de infra-estruturas Harith. O acordo, segundo o “Financial Times” foi cancelado em meados de Março deste ano, após divergências sobre preços e oposição política à privatização por parte do partido Congresso Nacional Africano, no poder.

Citado pelo jornal britânico, o CEO da companhia aérea, John Lamola, afirmou que a empresa não pode ser “inteiramente gerida pelo governo” e “o melhor cenário” seria entrar na bolsa de valores, mantendo uma ‘golden share’ para o governo.

Em declarações aos jornalistas esta quarta-feira, a ministra do Turismo da África do Sul afirmou que “pessoalmente não acredita que o governo deva gerir companhias aéreas”, “pode ter, mas certamente não deve gerir”.

A África do Sul vai a eleições no final deste mês, dia 29 de Maio. As sondagens, de acordo com a agência de notícias Reuters, sugerem que o Congresso Nacional Africano perderá a maioria após 30 anos no poder. Se as previsões se confirmarem, será a primeira vez desde o fim do apartheid que a África do Sul terá um governo de coligação.

Ver também:

Turismo português para a África do Sul começa o ano a crescer 13,4%

Feira de turismo Africa’s Travel Indaba começou hoje em Durban com participação portuguesa

O PressTUR participa na Indaba a convite do Turismo da África do Sul

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