A TAP prevê concluir a implementação do NDC no mercado português a 1 de Janeiro de 2025 e a partir dessa data vai cobrar uma sobretaxa pelas reservas via EDIFACT. O objectivo é ter “entre 20% e 30% da distribuição através de NDC”, anunciou o Chief Commercial & Revenue Officer da TAP, Mário Cruz.
O NDC (New Distribution Capability) é uma ligação XML criada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) que permite às companhias aéreas apresentarem conteúdo mais rico e ancillaries (produtos e serviços auxiliares) directamente às agências de viagens. O NDC foi criado para substituir o antigo padrão EDIFACT (Electronic Data Interchange for Administration, Commerce and Transport), utilizado desde a década de 1980 na ligação entre companhias aéreas, GDS e agências de viagens.
Em Marraquexe, na 19ª Convenção do grupo de agências de viagens GEA Portugal, Mário Cruz anunciou que até 31 de Dezembro de 2024 a TAP terá as mesmas tarifas e conteúdos tanto em NDC como em GDS tradicional (EDIFACT) e private channel.
Os testes para a implementação definitiva do NDC da TAP no mercado português começam no último trimestre de 2024 para entrarem em pleno funcionamento a 1 de Janeiro de 2025. A partir dessa data, a TAP adopta três medidas para favorecer as reservas via NDC: deixa de fornecer via private channel; limita o conteúdo via EDIFACT (GDS tradicional) face ao que terá disponível via NDC; e começa a cobrar uma sobretaxa pelas reservas feitas pelo padrão EDIFACT.
O valor da sobretaxa ainda não está ainda definido, uma vez que dependerá das negociações entre a TAP e os GDS, segundo indicou fonte do mercado ao PressTUR.
Com o fim da paridade de preços entre EDIFACT e NDC, a TAP poderá utilizar uma das principais mais-valias do NDC, que é o ‘dynamic pricing’. Ou seja, poderá fazer a gestão dos preços dos voos quase em tempo real consoante a procura, uma funcionalidade que a conexão EDIFACT usada nos GDS tradicionais não permite, designadamente pelo tempo de actualização que exige.
Acesso ao NDC da TAP
Para acederem à oferta da TAP via NDC, as agências de viagens poderão recorrer a três formas: utilizar os GDS que tenham uma ligação API NDC com a TAP; estabelecer uma ligação a um agregador de NDC ligado à TAP; ou criar uma ligação API NDC directa com a companhia aérea.
As ligações a agregadores de NDC têm custos elevados de implementação que as agências de viagens de menor dimensão não conseguem suportar individualmente. Como alternativa, a TAP celebrou um acordo com o agregador Aaron Group para isentar as agências de viagens da taxa de implementação. Terão apenas que negociar condições comerciais transacionais, que serão tanto mais favoráveis quanto maior o volume vendas previsto, explicou fonte do mercado ao PressTUR.
TAP garante apoio às agências de viagens
Na sua apresentação durante a Convenção da GEA Portugal em Marraquexe, Mário Cruz sublinhou que tem mantido “uma relação muito próxima” com a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) para desenvolver a implementação do NDC no mercado português.
As agências de viagens portuguesas “vão ter o nosso apoio, vamos estar muito próximos a conversar com a APAVT para desenvolver esta nova forma de distribuição”, sublinhou o administrador e Chief Commercial & Revenue Officer da TAP.
O executivo defende que o NDC ajudará “a aumentar as receitas” quer da companhia quer das agências de viagens, uma vez que “permitirá oferecer melhor serviço aos clientes”.
Mário Cruz salientou ainda que 50% das vendas da TAP são feitas através de agências de viagens, como já havia declarado o CEO da companhia, Luís Rodrigues, uma semana antes, no Congresso da APAVT, no Porto. Clique para ler: Agências de viagens são responsáveis por metade do negócio da TAP – Luís Rodrigues, CEO.
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