A South African Airways começou a voar entre o Brasil e a África do Sul em Outubro e as chegadas de brasileiros ao país africano dispararam. Para a companhia, a operação é rentável, garante a portuguesa Carla Da Silva, directora.
A transportadora sul-africana inaugurou duas rotas para São Paulo, no Brasil, em Outubro do ano passado. São três voos por semana da Cidade do Cabo e dois voos por semana de Joanesburgo, com um avião Airbus A330-300.
“Qualquer dia terão que ir para cinco voos por semana”, revelou Carla da Silva, directora de Vendas, Marketing, E-Commerce e Distribuição da South African Airways.
Em declarações aos jornalistas portugueses na feira de turismo Africa’s Travel Indaba, que teve lugar em Durban, de 14 a 16 de Maio, a executiva revelou que o load factor (ocupação) das rotas do Brasil está entre 60% e 80%, dependendo dos meses.
A operação da South African Airways de/para o Brasil “é rentável”, assegurou Carla Da Silva, especificando que a procura é superior a partir do Brasil: “São mais brasileiros a vir para a África do Sul. Gostam muito da Cidade do Cabo, gostam de fazer praia e safaris” e o câmbio é favorável.
“Estamos felizes com os nossos voos para o Brasil”, reforçou.
Carla Da Silva já tinha passado pela South African Airways no início da sua carreira, em 1995, tendo regressado para o actual cargo em Outubro, há oito meses, para “reconstruir a área comercial, as vendas, o marketing, e-commerce e distribuição”.
“Estamos a abrir as rotas devagarinho. Já abrimos rotas africanas, que fazem muito dinheiro para a África do Sul, mas é muito difícil arranjar aviões, é um grande desafio”, enfatizou a responsável da transportadora.
Em Abril, a companhia aérea inaugurou outra rota intercontinental, entre Joanesburgo e Perth, na Austrália, com três voos por semana, em avião A340-300. Em Outubro, a companhia aérea vai reforçar a oferta para cinco voos por semana.
As rotas europeias só serão retomadas quando a companhia aérea conseguir mais aviões. Carla Da Silva revela que a prioridade será Londres e Frankfurt, onde a companhia aérea tem slots e está a alugá-los a outras transportadoras.
Em África, a companhia aérea vai inaugurar várias rotas, incluindo Maputo, em Moçambique, na qual terá code-share com a TAP Air Portugal, sua parceira na Star Alliance, de acordo com a executiva.
A South African Airways está à procura de um novo parceiro estratégico para injectar capital. Em 2021, o governo sul-africano vendeu uma participação de 51% da companhia ao Consórcio Takatso. O acordo, segundo o “Financial Times” foi cancelado em Março deste ano após divergências sobre preços e oposição política à privatização por parte do partido Congresso Nacional Africano, no poder.
Chegadas de brasileiros à África do Sul disparam
Com um crescimento de 150%, o Brasil teve o 3º maior aumento relativo de chegadas de turistas à África do Sul de Janeiro a Março, segundo dados oficiais avançados aos jornalistas na feira de turismo Africa’s Travel Indaba, em Durban.
Os dados mostram que a África do Sul recebeu 12.358 turistas brasileiros nos primeiros três meses deste ano, mais 7.415 (+150%) que no período homólogo do ano passado.
O crescimento relativo das chegadas de turistas brasileiros à África do Sul só ficou aquém do Gana, que cresceu 249,4%, para um total de 7.904 turistas, e da ilha da Reunião, que cresceu 187,5%, para um total de 23 turistas.
No ano passado, de Janeiro a Dezembro, as chegadas de brasileiros à África do Sul já tinham registado um crescimento expressivo em relação a 2022, em 74,3% ou 10.495, para um total de 25.672.
O PressTUR participou na Indaba a convite do Turismo da África do Sul
Ver também:
Turismo português para a África do Sul começa o ano a crescer 13,4%
“Temos que abrir os céus africanos” – ministra do Turismo da África do Sul