O CEO do Grupo Ryanair, Michael O’Leary, disse ontem em Lisboa que a low cost terá menos “sete ou oito” aviões do que previa no próximo Verão, devido a atrasos da Boeing na entrega de aeronaves.
“Estaremos com sete ou oito aviões a menos do que previsto para o Verão de 2024. Dos 57 aviões encomendados, pensamos que teremos entre 45 e 50 aviões”, afirmou Michael O’Leary numa conferência de imprensa.
O CEO do Grupo Ryanair disse que “não haverá cortes” no próximo Verão relacionados com os atrasos da Boeing na entrega de aviões porque “contivemos parte do crescimento”. Este Inverno, contudo, o atraso já provocou reduções (clique para ler: Porto é uma das bases onde a Ryanair reduzirá número de aviões devido a atrasos da Boeing).
A Boeing justifica o atraso na entrega de aviões por problemas nos seus fornecedores, nomeadamente a Spirit Aerosystems, que enfrenta problemas de controlo de falhas (ver também: Boeing avisa que não vai cumprir compromisso de entrega de aviões à Ryanair).
Menos lugares na Europa no próximo Verão
Além da redução da frota prevista da Ryanair, Michael O’Leary avisa que outras companhias aéreas também serão forçadas a reduzir a oferta. “Haverá menos lugares na Europa no próximo Verão” devido aos problemas nos motores Pratt & Whitney (P&W) dos aviões da família A320.
A RTX, dona da P&W, alertou este ano para uma condição rara no metal em pó usado na fabricação de algumas peças dos motores GTF, um problema que está a obrigar várias companhias aéreas a paralisar as suas frotas de Airbus A320 e a desmontar os motores para inspecção.
Segundo o “Simple Flying”, a RTX disse que aproximadamente 700 motores teriam que ser removidos para reparações entre 2023 e 2026, possivelmente impactando pelo menos 600 aviões Airbus em todo o mundo.
Os motores afectados foram fabricados entre Outubro de 2015 e Setembro de 2021, e poderão ser cerca de 3.000.
Ver também:
CEO da Ryanair culpa Governo e ANAC pela redução dos seus voos em Portugal
