A guerra que se alastra, a inflação que se mantém, a subida das taxas de juro e a instabilidade política internacional e nacional levaram Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, a alertar hoje para uma potencial “desaceleração” em 2024.
Após um ano de 2023 “de recuperação e de reconfirmação” para as agências de viagens, desenha-se “uma realidade complexa” para 2024, contextualizou Pedro Costa Ferreira, na abertura 48º Congresso da APAVT, a decorrer no Porto até 2 de Dezembro.
O contexto agrava-se pela “guerra que se alonga e que se alastra para outras partes do mundo” e também pela “inflação que se mantém, apesar de menos dinâmica; as taxas de juro que continuam a crescer; a instabilidade política internacional, e agora também nacional”, frisou o dirigente.
Desta forma, o presidente da APAVT considera que “ninguém se espantaria se 2024 fosse um ano de desaceleração dos fantásticos números entretanto alcançados”.
Esta “desaceleração”, alertou Pedro Costa Ferreira, “não deixará de impactar o sector, que, trabalhando a ritmo superior a 2019, é certo, está também a amortizar as dívidas contraídas ao longo da crise pandémica”.
Dentro do cenário “de recuperação e tantas incertezas”, o presidente da APAVT destacou três desafios que as agências de viagens terão de enfrentar, o primeiro deles, “o processo de implantação do NDC da TAP, que terá, naturalmente, um efeito muito significativo no mercado português”.
Pedro Costa Ferreira indicou “não é ainda possível determinar todas as características deste NDC”, mas garantiu que a Associação acompanhará “de perto esta implantação, no seio de um grupo de trabalho conjunto”.
A sustentabilidade é outro dos desafios do sector. “As empresas começam não apenas a ter de perseguir boas práticas ambientais, como também de as demonstrar, perante clientes, fornecedores e entidades financiadoras, sem o que terão menos negócio, e piores condições de financiamento”, frisou o dirigente.
Outro desafio é o da inteligência artificial, que é, aliás, o tema central do 48º Congresso da APAVT. Pedro Costa Ferreira defende que a inteligência artificial permite “realizar tudo o que é rotineiro, com mais rapidez, menos custos e eventualmente de uma forma mais perfeita”, mas considera que é cedo para perceber o seu real impacto no sector como um todo.
Esta incerteza, contudo, “não nos impede de agir”, afirmou o dirigente. “Se não sabemos se a inteligência artificial nos vai ultrapassar a todos, temos já a certeza de que seremos ultrapassados por quem utilizar a inteligência artificial. Mãos à obra, portanto”.
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