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Preços na hotelaria subiram mais que os custos, empresas estão “mais preparadas”, diz ex-ministro Pedro Siza Vieira

“Os preços estão a subir mais do que os custos” nas empresas hoteleiras, afirmou hoje Pedro Siza Vieira, ex-ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, para quem as empresas estão “mais preparadas para enfrentar os próximos tempos”.

“Tudo leva a supôr que este ano em termos de receita turística vamos ultrapassar o melhor ano de sempre que foi o de 2019, mas com menos visitantes estrangeiros”, começou por enquadrar Pedro Siza Vieira num painel no 33º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo, organizado pela AHP em Fátima (ver também: Hotelaria portuguesa vai ultrapassar em Outubro a facturação total de 2019).

A conclusão que o ex-ministro tira de superar um recorde de receitas turísticas com menos visitantes estrangeiros é que Portugal está “a crescer em valor” e a inflação não distorce essa conclusão porque “a receita turística está a crescer mais do que a inflação”, disse.

“Os custos para o sector hoteleiro subiram menos que os preços”, reforçou Pedro Siza Vieira, concluindo que as empresas hoteleiras estão a conseguir “passar para os consumidores o aumento de custos”.

Para o ex-ministro “isso é saudável, até veio permitir um reposicionamento da nossa situação em termos de pricing e contribui para a sustentabilidade do sector”.

Pedro Siza Vieira reconhece que as empresas não estão tão capitalizadas quanto em 2019, mas considera que “com as perspectivas de mercado que existem e com o ano que tiveram [de recordes de proveitos em 2022], se calhar estão mais preparadas para enfrentar os próximos tempos”.

“Neste momento Portugal tem os custos de energia mais baixos que o resto da Europa”, o que significa que “estamos a concorrer com os nossos congéneres europeus com essa vantagem”, acrescentou.

Questionado no painel se as empresas hoteleiras necessitam de novos apoios do Estado, Pedro Siza Veira afirmou que “se as empresas precisassem de capital a baixo custo se calhar tinham recorrido de outra maneira” à linha de 400 milhões de euros de capitalização de empresas lançada pelo Banco de Fomento, que teve “uma procura reduzidíssima”.

“Já não somos um destino barato”

Pedro Siza Vieira afirmou ainda que o preço “já não é o factor que pesa mais” na atracção turística de Portugal. “Somos já um destino que tem elevadíssima receita turística por visitante estrangeiro na média relativamente a outros destinos europeus e nomeadamente no Sul da Europa”.

“Já não somos um destino barato”, enfatizou o ex-ministro. “Do ponto de vista de mercado budget nós já não somos competitivos pelo preço”, uma vez que existem “na orla do Mediterrâneo outros destinos mais baratos” que Portugal.

Contudo, “no segmento mais elevado e de luxo, nós ainda somos relativamente baratos”, afirmou Pedro Siza Vieira.

Esta evolução, na sua opinião, resulta da “estratégia dos últimos anos de qualificação da oferta, estruturação do produto e mercados a que fomos apontando” que tem levado a um caminho “de crescimento em valor”.

O PressTUR viajou para Fátima a convite da AHP

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