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“Os cetáceos não são nossos e não têm fronteiras”, é preciso preservar – Pedro Miguel Silva

“Os cetáceos não são nossos e não têm fronteiras. Se estivermos sempre em cima deles vão-se embora”, avisa Pedro Miguel Silva, coordenador de actividades no mar da Picos de Aventura, para quem a conservação das espécies é uma prioridade incontornável.

A Picos de Aventura é uma empresa de animação turística do Grupo Newtour sediada nos Açores, cuja actividade mais vendida é a observação de baleias e golfinhos em São Miguel.

Para Pedro Miguel Silva as regras de aproximação aos cetáceos durante os passeios e o limite do número de embarcações autorizadas a fazer passeios turísticos de observação nos Açores têm “uma legislação muito feita”.

Ainda assim, no próximo ano, a empresa vai reduzir o número de saídas para natação com golfinhos. Nesta actividade, os clientes mergulham num local de passagem de um grupo de golfinhos, o que implica maior aproximação aos animais que nos passeios de avistamento.

Ao reduzir o número de saídas, a empresa pretende reduzir o impacto sobre os animais. “Vendemos menos, mas os golfinhos ficam mais livres e eu preciso deles no dia a seguir”, sublinhou Pedro Miguel Silva num encontro com jornalistas em Ponta Delgada.

Este ano, a programação de natação com golfinhos da Picos de Aventura incluiu seis saídas por dia, com dois barcos em três períodos, mas para o próximo ano a época será mais pequena e terá apenas uma saída de manhã e uma saída à tarde.

A Picos de Aventura também está envolvida em vários projectos de conservação e preservação das espécies, incluindo o SOS Cagarro, que consiste em patrulhas nocturnas em zonas costeiras para encontrar cagarros que, quando saem para o seu primeiro voo, ficam desorientados devido às luzes dos portos. “Se as entidades desligarem as luzes, a coisa melhora um bocadinho”, alerta Pedro Miguel Silva.

A empresa também está envolvida no Projecto Costa com a Universidade da Florida (EUA), que é “o maior projecto de estudo e conservação de tartarugas do Atlântico Norte”. A iniciativa consiste na marcação de tartarugas para recolha de dados que permitem analisar os comportamentos e evolução da espécie.

A Picos de Aventura também colabora com o Projecto Monicet registando zonas de avistamento de cetáceos e fotografando os animais, o que permite a compilação dos dados para estudar as espécies locais, as migrações e outros factores.

Carlos Baptista, administrador, destacou na mesma ocasião dois projectos que a Picos de Aventura promove “com meios próprios”, que são a Picoslogia, que existe desde 2007 e consiste em visitar escolas para “trabalhar a consciencialização de um público mais jovem”; e as BioTalks, que levam aos Açores “pessoas credenciadas nas diferentes áreas de sustentabilidade e de exploração do território para nos ajudarem numa reflexão em que falamos não só com e para a comunidade científica, mas também para a comunidade local”.

As BioTalks tiveram a sua primeira edição em 2019, continuaram em 2020 e 2021 em formato digital e voltarão em 2023 depois da Páscoa em formato presencial. “Vamos fazê-lo com meios próprios, mas é um projecto que gostaríamos de ter envolvimento de outros organismos para fazer crescer no calendário dos Açores a discussão da temática sobre a exploração do território de forma sustentável”, sublinhou Carlos Baptista.

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