A Go4Travel, que em 2023 facturou mais de 400 milhões de euros, perspectiva superar esse volume este ano, avançou o CEO do grupo, Vasco Pinheiro, numa conferência de imprensa onde também destacou os maiores desafios das agências de viagens.
Fundado em 2007, o grupo tem aumentado a facturação todos os anos desde 2022, apesar de manter a mesma estrutura desde 2018, último ano em que entraram novos membros, designadamente a All The Way Travel e a Vefa Travel.
Com 44 accionistas e cerca de 100 balcões, “temos crescido, temos ganho negócio, continuamos com uma posição no mercado que é muito importante”, enfatizou Vasco Pinheiro, indicando que prevê crescer este ano, mas sem concretizar valores.
A continuação do crescimento, porém, é “um desafio” que exige “contratar bem com fornecedores”, sublinhou o executivo. “Este é sempre o primeiro ponto e é sempre a base da existência da Go4Travel”.
Nesse contexto, Vasco Pinheiro destacou que o grupo está a investir na contratação directa de hotelaria, a que as agências de viagens podem aceder através da sua plataforma de reservas, o 4Book.
“À semelhança do que a Go4Travel faz na contratação aérea, nos GDS, nos operadores turísticos, nos rent-a-car, hoje em dia tem uma contratação agregada de hotelaria”, sublinhou Vasco Pinheiro.
A utilização do 4Book está a crescer a dois dígitos, “muito reflexo do trabalho que tem sido feito e que nos permitiu evoluir para um novo conceito de modelo de negócio, que é o da contratação directa”, indicou o executivo. “Isto permite-nos ser mais competitivos e ter mais peso perante os fornecedores”.
Desafio do NDC
Vasco Pinheiro falava aos jornalistas na Summit Go4Travel, que decorreu em Porto Santo, de 18 a 20 de Outubro, onde revelou que cerca de 70% do negócio das agências do grupo são viagens de negócios (corporate), uma área com “tendência de crescimento” em Portugal, mas que enfrenta desafios.
O principal desafio destacado por Vasco Pinheiro é a adaptação ao NDC (New Distribution Capability), a ligação XML criada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) para as companhias aéreas apresentarem os seus produtos directamente às agências de viagens, em substituição do padrão EDIFACT (Electronic Data Interchange for Administration, Commerce and Transport), utilizado desde a década de 1980 na ligação entre companhias aéreas, GDS (sistemas de reservas) e agências de viagens.
Na Go4Travel, a adopção do NDC “tem sido sempre muito sustentada” nos GDS, designadamente Travelport e Amadeus, com os quais o grupo assinou novos acordos.
As reservas de voos feitas pelas agências de viagens Go4Travel via NDC são feitas “maioritariamente” em GDS, salientou Vasco Pinheiro, destacando que têm tido “uma evolução muito grande”. A adopção de NDC “até ao final do ano passado ainda era muito residual”, mas “este ano tem existido um aumento”.
Para acompanhar estas alterações e outras, incluindo o impacto da Inteligência Artificial no negócio das agências de viagens, a Go4Travel está “a criar ferramentas que permitam ter acesso a formação contínua”.
“A Inteligência Artificial vai alterar muito a maneira como o nosso negócio é feito, temos consciência disso e precisamos de estar preparados para essa mudança, que vai ser muito rápida”, alertou Vasco Pinheiro.
A preparação para as mudanças no negócio é feita através de formação, “uma das áreas em que temos vindo a trabalhar em parceria com o Grupo Ávoris, para termos sinergias nesse campo”, indicou o CEO da Go4Travel, recordando o acordo celebrado há um ano entre as duas empresas. Clique para ler: Summit Go4Travel: Grupo assina parceria com a Ávoris.
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