A LATAM Airlines vai operar um voo diário entre Lisboa e São Paulo este Verão, o que significa uma redução de quatro voos semanais em relação ao Inverno, provocada pela falta de capacidade no Aeroporto de Lisboa, de acordo com o director da companhia para a Europa, Thibaud Morand.
Em conferência de imprensa esta quinta-feira na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), Thibaud Morand começou por destacar que a LATAM Airlines já retomou todas as rotas de operava antes da pandemia, excepto a ligação Barcelona – Lima.
Em algumas rotas, a transportadora já tem mais frequências que antes da pandemia. É o caso da rota Lisboa – São Paulo, que era uma ligação diária em 2019 e, desde Novembro de 2023, passou a ser operada 11 vezes por semana.
Os voos Lisboa – São Paulo são operados este Inverno com um avião Boeing B777 com 410 lugares sete vezes por semana e com um avião B787 com 300 lugares quatro vezes por semana.
A partir de Abril, no Verão IATA, “devido ao congestionamento do aeroporto, não conseguimos manter os quatro voos adicionais”, sublinhou Thibaud Morand.
De Abril a Novembro, a LATAM Airlines vai operar sete voos por semana entre Lisboa e São Paulo. Ainda assim, a companhia aérea aumenta o número de lugares disponíveis em relação ao Verão de 2023 em 30%, pela mudança de aeronave. A rota será operada em B777, com 410 lugares, mais 110 lugares que o B787 que operava um ano antes.
Questionado se pondera abrir uma rota a partir do Porto para compensar a falta de capacidade disponível em Lisboa, Thibaud Morand afirmou que “abrir um segundo aeroporto é bastante mais complicado, porque significa duplicar equipas”. O objectivo é “crescer em Lisboa”, acrescentou.
“Decepcionados” por não manter 11 voos em Lisboa
O director-geral da LATAM para a Europa e Pacífico Sul sublinhou que “as reservas para o Verão estão muito boas”, apesar do “panorama macro-económico não ser tão positivo”.
“Estamos muito confiantes, embora decepcionados por não poder manter os 11 voos por semana em Lisboa”, sublinhou Thibaud Morand.
O executivo revelou que a maioria dos passageiros dos voos Lisboa – São Paulo é procedente do Brasil. E, no caso dos passageiros com origem em Lisboa, cerca de 80% tem o Brasil como destino final.
A maioria das reservas para esta rota são efectuadas através de agências de viagens, algo que Thibaud Morand associa a dois motivos. Por um lado, “o peso da marca na Europa é distinto em relação à América do Sul, onde toda a gente conhece a LATAM” e, por outro lado, são voos de longo curso, um segmento em que é comum recorrer-se a mais aconselhamento.
NDC
A LATAM lançou a 1 de Maio a sua oferta em NDC (New Distribution Capability), uma ligação XML criada pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) que permite às companhias aéreas apresentarem conteúdo mais rico e ancillaries (produtos e serviços auxiliares) directamente às agências de viagens.
O NDC foi criado para substituir o antigo padrão EDIFACT (Electronic Data Interchange for Administration, Commerce and Transport), utilizado desde a década de 1980 na ligação entre companhias aéreas, GDS e agências de viagens.
As reservas de voos da LATAM via NDC estão com níveis de adopção alto na América do Sul, com alguns mercados a chegar aos 60% e 70%, destacou Thibaud Morand.
Na Europa, o executivo prevê que a adopção do NDC da LATAM seja mais lenta, pelo facto da companhia aérea não ser prioritária nas agências de viagens em relação às transportadoras concorrentes europeias. “Mas estamos a avançar”, frisou.
As agências de viagens podem aceder ao conteúdo NDC da LATAM por três vias: ligação API directa; agregadores como a Lleego e a Travelfusion, entre outros; e portal da companhia.
Para impulsionar as reservas via NDC, a LATAM está a aplicar uma sobretaxa de 12 euros por segmento em reservas efectuadas através do padrão anterior (EDIFACT). O próximo passo, ainda este ano, será a diferenciação entre o conteúdo disponível nos dois canais, beneficiando o acesso via NDC.
Ver também: Grupo LATAM anunciou ter atingido um lucro líquido de 582 milhões de dólares em 2023
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