A evolução do turismo português a curto prazo vai jogar-se entre o impacto da “erosão do rendimento disponível real nos principais países emissores” devido à inflação, por um lado, e a resiliência sustentada em “factores de competitividade não preço importantes”, segundo o Banco de Portugal.
O banco central considera que “os ganhos de quota registados ao longo dos últimos anos sugerem a manutenção de fatores de competitividade não preço importantes no turismo português no contexto atual”, os quais, perspectiva “poderão justificar a sua resiliência, num mercado em que o consumo tem uma significativa fidelização que estabiliza a respetiva procura”.
Acresce, segundo o banco central, que “alguns segmentos, como o de turismo de negócios ou de eventos, poderão ainda não ter completado o seu processo de ajustamento pós-pandémico, constituindo também um fator potencial de dinamismo para as exportações de turismo”.
A inflação é, por seu turno, o risco destacado pelo Banco de Portugal na análise publicada no seu Boletim Económico de Outubro.
“O aumento da inflação e consequente erosão do rendimento disponível real nos principais países emissores — a que se soma o impacto direto dos preços da energia nos custos dos transportes —condicionam a evolução do turismo no curto prazo”, realça o banco central, que acrescenta que no sector do turismo “o impacto da perda de poder de compra pode ser de magnitude superior ao de outros tipos de consumo”.
A explicação é que o consumo dos serviços de turismo “é mais sensível a variações do rendimento disponível”, com o Banco de Portugal a deixar o aviso que os “indicadores mais recentes apontam para uma moderação do ritmo de crescimento das exportações de serviços até ao final do ano”.
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