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Banco de Portugal aponta “forte aumento dos preços” do alojamento turístico em Portugal

O Banco de Portugal assinalou no seu Boletim Económico de Outubro o “forte aumento dos preços” do alojamento turístico português, especificando que “os preços no consumidor dos serviços de alojamento cresceram 33% acima do nível pré-pandémico em Agosto de 2022 e os dos restaurantes e cafés 13%, o que compara com 10% para o IHPC total”.

A referência decorre da análise da evolução da despesa de turistas não residentes, que o banco central assinala que em Julho esteve “cerca de 25% e 40% acima dos níveis pré-pandemia, respetivamente, no caso das exportações de turismo em termos nominais e das operações em ATM/POS com cartões de não residentes”.

E acrescente: “este crescimento é mais acentuado do que o sugerido pelos indicadores de volume — já que as dormidas de não residentes atingiram apenas em julho o nível pré-pandémico — num contexto de forte aumento dos preços no setor”.

O PressTUR já tinha chamado a atenção para a evolução dos preços em alta, designadamente ao noticiar a evolução dos indicadores em Julho (clique para ler: Alojamento turístico português atinge recorde absoluto de RevPAR no mês de Julho) e de Junho (clique para ler: Preço médio do alojamento turístico em Portugal atingiu recorde para um mês de Junho ou Hotelaria portuguesa facturou em média mais 12,7% por dormida que antes da pandemia).

A análise do banco central de que o sector turístico está a beneficiar de uma “forte dinâmica de recuperação” que reculta, “do regresso à normalidade dos hábitos de consumo das famílias e da concretização da procura adiada durante a crise sanitária” e que também é favorecida por uma “poupança acumulada pelas famílias nos últimos dois anos”.

Quanto à procura externa, o banco central assinala que a sua recuperação “tem ocorrido de forma diferenciada por país emissor e por segmentos da oferta turística”, com as suas pernoitas em estabelecimentos turísticos a atingirem níveis pré-pandemia por parte dos residentes em países europeus mais próximos, como sejam Reino Unido, Alemanha, Espanha, França, Países Baixos e Itália, que antes da pandemia representavam 60% do segmento.

Quanto a emissores de outros continentes, o banco central cita os dois exemplos marcantes, o Brasil e Ásia, “cujas dormidas se situavam em julho ainda cerca 30% abaixo do nível do mês correspondente de 2019”, e mo polo oposto os Estados Unidos, que considera “uma exceção, com um número de dormidas 40% acima do nível pré-pandémico”.

O banco central, por outro lado assinala que “a recuperação ocorreu mais tarde na hotelaria, por contraste com meios de alojamento que permitem maior isolamento, como o alojamento local e o turismo no espaço rural e de habitação” (para ver mais clique: Turismo em espaço rural e de habitação já conta mais 423,9 mil dormidas que antes da pandemia).

Além da evolução diferenciada por tipos de alojamento, o banco central também assinala a diferenciação por regiões, dizendo que “as regiões do Algarve e Área Metropolitana de Lisboa, que possuem maior peso nas dormidas e elevada densidade populacional em algumas áreas, têm exibido também uma recuperação mais lenta da procura internacional”.

“Em julho, o número de dormidas no Norte e Madeira era cerca de 11% superior ao pré-pandémico, enquanto no Algarve era ainda 8% inferior”, especificava, referindo de seguida que “na região de Lisboa o nível pré pandémico apenas foi atingido em julho, o que poderá reflectir parcialmente a sua maior exposição ao turismo de negócios, um segmento em que a recuperação permanece muito incompleta”.

O Banco de Portugal dizia ainda na sua publicação que “no contexto da recuperação em curso, ainda não é possível avaliar se estas alterações de composição terão uma natureza estrutural”.

 

Clique para mais notícias: Banco de Portugal

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