O director Comercial do Grupo Ávoris em Portugal, Constantino Pinto, revelou em entrevista ao PressTUR a programação dos operadores do grupo para o próximo Verão, destacando que deverá incluir voos charter para a Maurícia.
O grupo detentor dos operadores turísticos Jolidey e Travelplan, entre outros, já tinha planeado uma operação charter de Lisboa para a Maurícia este Verão, que acabou por não se concretizar. Ainda assim, a divisão portuguesa do grupo tem sido responsável “por entre 10% a 15% da ocupação dos voos a partir de Madrid” para a Maurícia, de acordo com Constantino Pinto.
PressTUR: Com base no desempenho das operações deste Verão, qual é o plano para o próximo? Já tem alguma previsão?
Constantino Pinto: Já temos e estamos quase a ter o produto de Verão disponível para venda. Há algumas incógnitas, operações que necessitam de confirmação, quer da disponibilidade de meios aéreos quer de slots, mas neste momento, em termos de médio curso, vamos manter todas as apostas que fizemos. Não temos previsão de aumentar capacidade, excepto nas ilhas espanholas. Para as Baleares iremos reforçar a nossa aposta, e eventualmente também para as Canárias. Nós temos uma operação charter a partir do Porto para Fuerteventura e estamos a equacionar, e é quase garantido que iremos ter uma ou outra operação charter, possivelmente para a Gran Canária. Depois há uma série de outros produtos de médio curso que já são tradicionais em nós e que queremos consolidar. Já os temos há vários anos e vamos repetir com o mesmo número de frequências. Portanto, no médio curso não estamos a prever a introdução de nenhum destino, apenas um reforço no que diz respeito às Baleares e às Canárias, e a manutenção dos destinos na Tunísia, dos destinos em Marrocos, etc. Estamos também a tentar, no âmbito da parceria que temos com a TAP, reforçar todos os lugares de risco nas operações que a TAP tem para as ilhas espanholas. Portanto, aí vamos ter uma oferta ainda mais completa à partida de Lisboa. E estamos ainda com uma expectativa positiva de podermos ter alguma operação charter para as Baleares a partir de Lisboa. É essa a parte que ainda está em dúvida no que diz respeito a slots.
PressTUR: E no longo curso?
Constantino Pinto: Vamos manter o que tínhamos e reforçar. Tradicionalmente iniciávamos as nossas operações na semana anterior à Páscoa, mas apenas com um voo para Punta Cana e um voo para Cancun. No próximo ano vamos introduzir logo nessa altura um voo para Cuba. Estamos ainda a analisar se será Varadero ou Cayo Santa Maria, mas vamos arrancar a temporada das Caraíbas com três voos semanais, para três destinos, os três destinos das Caraíbas que operamos, concretamente República Dominicana, México e Cuba.
PressTUR: Estão a planear ter novos destinos de longo curso?
Constantino Pinto: Estamos a ultimar o lançamento de um destino que lançámos tardiamente e de forma um pouco precipitada, que são as Maurícias. Está nos nossos planos apostar fortemente numa operação para as Maurícias, no pico da temporada, com um dos nossos A330neo, a partir de Lisboa em voo directo. A confirmar-se, porque estamos neste momento a concluir a construção da operação, será de 17 de Julho a 4 de Setembro. Da terceira semana de Julho à primeira semana de Setembro. É mesmo no pico da estação. Queremos avançar. Demos já todos os passos para que em breve possamos ter o produto à venda.
PressTUR: Há mercado em Portugal para fazer uma operação charter para as Maurícias?
Constantino Pinto: Eu acredito que sim. Aliás, foram feitas várias tentativas. Recordo, por exemplo, a operação dos nossos colegas para Zanzibar, que obviamente não é a mesma coisa, mas permite-nos perceber qual é a apetência do mercado nacional. Zanzibar teve procura. Não se pode dizer que tenha sido um êxito retumbante, mas de facto teve procura. No que diz respeito às Maurícias, nós vendemos este produto em Portugal desde que ele foi lançado em Espanha, portanto já há uns bons anos, e nós temos sido sistematicamente responsáveis por entre 10% a 15% da ocupação dos voos a partir de Madrid. Portanto, isto quer dizer que normalmente transportávamos entre 700 e 800 passageiros. Este ano, até agora, conseguimos transportar mais de mil passageiros via Madrid, portugueses. Agora estamos a falar de uma operação charter que, quantificando assim por alto, poderá rondar os 3.600 passageiros, mas claro, sendo directa, eu penso que o mercado irá responder. Esta é sempre a grande incógnita, obviamente. A partir do momento em que estiver no mercado, o compromisso que assumimos é manter a operação, custo o que custar. Não podemos permitir que haja qualquer dúvida em relação à continuidade da operação. Estamos a fazer o trabalho de casa todo, para que quando lançarmos o produto, quando ele estiver à venda, o agente de viagens tenha a garantia que o pode vender e que ele não vai ser cancelado. É evidente que é um risco da nossa parte, mas é um risco calculado, a que eu chamaria investimento. Lançar um novo destino em Portugal, um destino de longo curso, enfim, é sempre um risco enorme pela dimensão do mercado. A verdade é esta. Ou temos capacidade para o fazer, ou não temos. E se temos, vamos em frente. E nós temos capacidade para fazer.
PressTUR: Conseguem slot para fazer a operação a partir de Lisboa?
Constantino Pinto: Sim, sim. Nós aí estamos mais à vontade porque a Iberojet, com a licença da Orbest, tem um historial importante em Portugal. Já são uns largos anos de operação e neste tipo de destinos. Tradicionalmente, a Orbest tinha praticamente um voo diário no Verão para as Caraíbas. Portanto, não temos tido muita dificuldade em conseguir os slots de longo curso, porque temos, de facto, um historial de continuidade e de cumprimento da utilização desses slots.
PressTUR: E Cabo Verde é para manter?
Constantino Pinto: Sim, sim, está nos planos da Nortravel. Cabo Verde é para continuar. Foi uma aposta que no início nos assustou um bocadinho porque custou arrancar, mas depois foi um êxito de vendas. Correu muito bem.
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