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Preço dos pacotes para as Caraíbas aproximou-se do seu valor “real e justo” este Verão – Constantino Pinto, Ávoris

Os operadores turísticos do Grupo Ávoris tiveram “um ano claramente positivo” em Portugal, com o preço dos pacotes para as Caraíbas a aproximar-se do seu valor “real e justo”, de acordo com o director Comercial do Grupo, Constantino Pinto.

Em entrevista ao PressTUR, o executivo que lidera em Portugal o grupo detentor dos operadores turísticos Jolidey e Travelplan, entre outros, garantiu que, de momento, está afastado “o fantasma dos números vermelhos e isso é claramente positivo”.

PressTUR: Como foi a operação para as Caraíbas a nível de rentabilidade?

Constantino Pinto: Foi bom em vários aspectos. A ocupação foi realmente muito boa, havia muita procura. Qualquer iniciativa que se tomasse para mexer no mercado, o mercado respondia imediatamente e respondia positivamente. E, por outro lado, conseguimos aproximar-nos um pouco mais este ano do custo real das coisas. Andamos há anos a financiar as viagens dos clientes para as Caraíbas, tem sido uma desgraça em termos de rentabilidade. No ano passado melhorou um bocadinho e este ano melhorou mais um bocadinho. Aproximámo-nos um bocadinho mais do que será o custo real e justo do pacote de férias nas Caraíbas. Mas o balanço, claro, em termos de Jolidey foi muito positivo, e no cômputo geral, um balanço positivo. Está a ser um ano bom para os operadores turísticos do Grupo Ávoris em Portugal.

PressTUR: O que é que provoca esta distância entre o preço real dos pacotes para as Caraíbas e o preço que os clientes, no fim, acabam por pagar?

Constantino Pinto: São as dinâmicas do mercado. Tínhamos uma situação relativamente estável até à pandemia. As Caraíbas não eram um tipo de destino em que se ganhasse muito dinheiro, nunca foi. Estamos a falar de aviões, no nosso caso, com 388 lugares de capacidade. Não podemos andar com lugares vazios, o que nos obriga a ter uma dinâmica de preços onde a principal preocupação muitas vezes é minorar o prejuízo, não é rentabilizar. De qualquer forma, as coisas estavam mais ou menos estabilizadas. Ganhava-se dinheiro com as Caraíbas até à pandemia. A pandemia veio baralhar tudo. A recuperação era uma incógnita, não sabíamos muito bem se as pessoas iam querer arriscar logo nos primeiros anos voltar às Caraíbas. O que é facto é que a pandemia foi passando, fomos retomando a normalidade a pouco e pouco, as coisas até começam a correr bem, mas entrou um novo player no mercado. Não estou a culpar. Poderei responsabilizá-los, nunca culpabilizá-los. A estratégia de entrada no mercado foi a agressividade no preço. Para sermos simpáticos chamamos agressividade, se quisermos ser realistas teremos que chamar loucura na prática de preços. Isto gerou uma onda extraordinariamente favorável para o player que entrava no mercado, mas causou danos que eu não sei se algum dia vamos conseguir reparar em termos de mercado. Uma pessoa que se habitua a pagar 900 euros para passar uma semana num resort de 5-estrelas nas Caraíbas, dificilmente vai aceitar que dali a um ano ou dois lhe cobrem 1.600, que é o valor real. Este tipo de medidas e actuações, se bem que são parte de uma dinâmica própria do mercado, têm consequências. Se quisermos ter uma presença responsável e não quisermos matar a galinha dos ovos de ouro, teremos que ponderar muito bem. E isso não foi feito. Apanhou-nos também numa fase em que estávamos em fusão com outro grande grupo e tudo isto, em conjunto, obrigou-nos a reagir. Não conseguimos reagir em tempo útil como deveríamos, essa é outra questão, mas em termos de preço, tudo isto fez com que estivessemos todos a vender abaixo do preço de custo e muitas vezes abaixo do preço de custo do lugar de avião. Ou seja, o custo do avião não era coberto pelo preço com que se estava a vender o pacote. Isto é real, toda a gente sabe que é assim, principalmente os que estamos envolvidos nisto, e não vale a pena chamar-lhe outra coisa. As coisas têm que ser ditas como são. Não estou a criticar ninguém. O primeiro a quem critico é sempre a mim, mas temos que pensar muito bem no que diz respeito ao presente e ao futuro a médio prazo. Teremos que ponderar muito bem todas as iniciativas que tomamos, porque as consequências escapam-nos das mãos, são imprevisíveis e podem comprometer a continuidade das empresas.

PressTUR: Ainda assim, este Verão, tendo em conta que os operadores do grupo Ávoris não vendem só Caraíbas e mesmo tendo verificado algumas dificuldades com as operações de médio curso, prevê atingir rentabilidade?

Constantino Pinto: Sim, sim. As projeções que temos são já bastante fiáveis, porque fizemos recentemente um forecast actualizando todos os orçamentos de todas as áreas. E, sim, a estimativa é que tenhamos um ano claramente positivo, tanto em Portugal como em Espanha, mas em Espanha talvez um pouco menos, mas também claramente positivo. De momento, afastamos o fantasma dos números vermelhos e isso é claramente positivo. Só assim é que podemos garantir a qualidade dos produtos na próxima temporada, garantir as operações que queremos fazer, etc.

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