A TAP teve um agravamento do prejuízo no primeiro semestre, tradicionalmente a metade do ano mais fraca do ano no Hemisfério Norte, provocado pela descida das receitas em 1% e pelo aumento dos custos em 3,8%.
Os resultados divulgados hoje indicam que a companhia aérea teve 70,7 milhões de euros de prejuízos no primeiro semestre, o que significa um agravamento de 184,8% ou 45,9 milhões de euros em relação ao período homólogo do ano passado.
Actualização: Em Agosto do ano passado, a TAP tinha anunciado um resultado líquido positivo de 400 mil euros no primeiro semestre, mas este ano, referindo-se ao mesmo período (o primeiro semestre de 2024) a companhia indicou um resultado líquido negativo de 24,8 milhões de euros. Questionada pelo PressTUR, a TAP disse que no ano passado não incluiu a PGA, a Cateringpor e a UCS (Unidade de Cuidados de Saúde) nos resultados. Este ano a companhia decidiu incluir essas três unidades nos resultados, apresentando contas de 2024 e de 2025 com dados consolidados da PGA, Cateringpor e UCS.
No segundo trimestre, que beneficiou do efeito de calendário das férias da Páscoa, a TAP teve lucros de 37,5 milhões de euros, ficando, ainda assim, 27,8 milhões de euros abaixo do lucro registado no segundo trimestre de 2024.
Os resultados do segundo trimestre foram insuficientes para compensar o prejuízo de 108,2 milhões de euros no primeiro trimestre.
No primeiro semestre, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, amortizações e provisões) caiu 19,4%, para 232,8 milhões de euros, e o prejuízo operacional (EBIT, resultado antes de juros e impostos) agravou-se 111%, para -9,1 milhões de euros.
A companhia aérea sublinha que, no primeiro semestre, registou perdas cambiais de 42,7 milhões de euros na demonstração de resultados, principalmente devido à desvalorização do dólar norte-americano.
Receitas de passagens baixam no 1º semestre
Na primeira metade do ano, as receitas da TAP baixaram 1% ou 19,8 milhões de euros em relação ao período homólogo do ano passado, ficando em 1.955,2 milhões de euros, depois de uma quebra de 4,5% no primeiro trimestre e um aumento de 1,7% no segundo trimestre.
A TAP registou, no primeiro semestre, uma redução na maior ‘rubrica’ dos seus rendimentos operacionais, que são as receitas de passagens (-0,5% ou menos 9,5 milhões de euros, para 1.751,6 milhões), uma vez que o aumento de 3,1% no segundo trimestre foi insuficiente para compensar a quebra de 5,2% registada nos primeiros três meses do ano.
A TAP sublinha que o aumento da receitas de passagens no 2º trimestre “foi impulsionado pela receita voada, que registou um aumento de cerca de 44 milhões de euros (+5%), suportado por uma maior capacidade e por receitas unitárias estáveis”.
As receitas de manutenção também baixaram na primeira metade do ano (-10,7% ou menos 12,5 milhões de euros, para 104 milhões), depois de uma estagnação (-0,8%) no primeiro trimestre e uma quebra de 16,9% no segundo trimestre, devido “a constrangimentos contínuos na cadeia de fornecimento, bem como da menor disponibilidade para serviços externos devido ao aumento de trabalhos para a própria empresa”.
O único aumento de rendimentos verificou-se na carga e correio (+7% ou mais 5,3 milhões de euros, para 81,3 milhões), com subidas de 6% no primeiro trimestre e 7,9% no segundo trimestre, “beneficiando de um aumento da capacidade, principalmente nos voos de longo curso, e do aumento do chargeable weight”.
A TAP informa ainda que os “outros rendimentos” baixaram 14,6% ou 3,1 milhões de euros no primeiro semestre, totalizando 18,3 milhões.
Descida dos custos com combustível insuficiente para compensar subida de outros gastos
Para agravar os resultados, além da descida de receitas, a TAP teve um aumento dos gastos operacionais no primeiro semestre (+3,8% ou mais 72,3 milhões de euros, atingindo os 1.964,2 milhões de euros, com subidas de 2% no primeiro trimestre e 5,6% no segundo.
Os maiores aumentos de gastos em valor absoluto registaram-se nos custos com o pessoal, que subiram 13,6% ou 57,8 milhões de euros na primeira metade do ano, alcançando os 482,9 milhões de euros, com subidas de 8,9% de Janeiro a Março e de 18,3% de Abril a Junho.
Os segundo maior aumento de gastos operacionais da TAP verificou-se nas depreciações, amortizações e perdas por imparidade (+17,6% ou mais 36,1 milhões de euros, para 241,9 milhões), com aumentos de 4% no primeiro trimestre e 35,5% no segundo.
Os custos operacionais de tráfego também aumentaram no primeiro semestre (+7% ou mais 27,3 milhões de euros, para 417,1 milhões), com aumentos de 4,7% no primeiro trimestre e 9,2% no segundo.
Estes aumentos de custos foram parcialmente compensados pela redução dos gastos com combustível para aeronaves (-7,8% ou menos 40,1 milhões de euros, para 477,1 milhões), com reduções de 7,7% de Janeiro a Março e de 7,8% de Abril a Junho.
A TAP também reduziu custos com materiais consumidos (-17,6% ou menos 16,1 milhões de euros, para 91,2 milhões) e com manutenção de aeronaves (-10,8% ou menos 4,3 milhões de euros, para 35,2 milhões).
Ver também:
Tráfego na TAP subiu mais do que a capacidade, mas o yield baixou no 1º semestre
Para mais notícias clique: Empresas e Negócios
Para aceder ao site da TAP clique aqui.





