A TAP informou hoje que alcançou 108 milhões de euros de lucro operacional no 1º semestre, 2.354,5% acima do período homólogo do ano passado, ainda que os seus encargos com pessoal, muitas vezes apontados como causa principal de maus resultados, tenham subido 49,8%.
Esta subida, segundo a informação da empresa, aconteceu “devido à reposição da maioria dos cortes sobre as remunerações”, mas ainda assim os encargos com pessoal no primeiro semestre deste ano ficaram abaixo do período homólogo de 2019, pré-pandemia, em 18,4% ou 51,8 milhões, pela redução de efectivos em 18,2% ou 1.356, ficando em 7.444.
A companhia teve um total de encargos com pessoal no semestre de 281,1 milhões de euros, mais 93,4 milhões que um ano antes, que ainda assim foi apenas a terceira maior subida do período, depois do combustível, que custou mais 133,7 milhões, e custos operacionais de tráfego, que aumentaram 117,6 milhões, e que foram as duas maiores rubricas de custos, respectivamente com 542,8 milhões e 419,6 milhões.
A informação da TAP permite ver que no primeiro semestre, apesar de ser época baixa da aviação, as vendas de passagens atingiram 1.715,7 milhões de euros e só por si cobriram 95,4% dos gastos operacionais, que ascenderam a 1.798,3 milhões, +36,6% ou mais 481,5 milhões que no primeiro semestre do ano passado e +14,7% ou mais 264,5 milhões que na primeira metade de 2019.
Os dados publicados pela companhia evidenciam que o aumento das receitas de passagens em 563 milhões de euros (+48,8%) em relação a 2022 e em 440,6 milhões (+25,7%) suplantou em ambas as comparações a evolução do tráfego, quer em RPK (passageiros x quilómetros voados) teve crescimentos em 30,4% em relação ao ano passado e em 4,7% em relação a 2019, embora em número de passageiros tenha ficado aquém da pré-pandemia em 4,2% ou 321 mil.
Estes dados evidenciam, por um lado, que os passageiros da TAP têm utilizado mais a companhia para viagens mais longas e, por outro, um forte aumento do que pagaram por quilómetro voado ou yield, que a companhia não quantifica, dizendo apenas que o aumento das receitas operacionais no segundo trimestre deste ano “deveu-se maioritariamente ao aumento das yields juntamente com um aumento de capacidade”.
Pelos dados publicados é possível calcular que o yield de passageiro da TAP aumentou cerca de 20% no segundo trimestre e no conjunto do primeiro semestre, incluindo, portanto, o sempre difícil primeiro trimestre, o aumento foi superior a 14%.
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