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Qual é a cor do Alentejo no Verão?

À pergunta do título quase poderíamos apostar que ganhava o dourado das famosas planícies alentejanas que povoam o nosso imaginário, mas o Alentejo também é frescura, azul, verde e um oásis de Verão que começa a ganhar um número exponencial de entusiastas das muitas praias fluviais e dos desportos náuticos oferecidos na região.

No Alto e no Baixo Alentejo somam-se já oito estações náuticas que são a prova maior que o Alentejo é também um oásis de frescura aquática perfeito para relaxar e para a prática de múltiplos desportos.

O “Alentejo Azul – ao encontro das Estações Náuticas”, uma iniciativa da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, apresentado no passado fim-de-semana em Montargil, vem demonstrar precisamente como a componente ‘Água’ completa um círculo perfeito no Alentejo que já integra um rico património histórico e cultural com a gastronomia (9º melhor destino gastronómico do mundo) e distinções imbatíveis como é o caso do Cante Alentejano (Património Cultural Imaterial da Humanidade).

Portugal tem 42 estações náuticas certificadas das quais oito estão localizadas no Alentejo. A saber – Alandroal, Avis, Mértola, Monsaraz, Moura-Alqueva, Odemira, Ponte de Sor-Montargil e Sines. Na apresentação do projeto Alentejo Azul, José Manuel Santos, presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, salientou a importância destes “refúgios climáticos, locais frescos, próximos da água e onde é possível desenvolver atividades náuticas várias” que estimulam o desenvolvimento turístico e económico das diversas zonas abrangidas e que contrariam a ideia de que o Alentejo é seco e apenas quente.

Montargil

A apresentação decorreu em Montargil, sede da freguesia do município de Ponte de Sor (distrito de Portalegre), onde se integra a mais recente estação náutica do conjunto das oito que fazem parte do projeto “Alentejo Azul”.

A pouco mais de uma hora de Lisboa, Montargil e a sua albufeira, um paradisíaco espelho de água rodeado de uma paisagem de montado e pinhal, sempre atraiu, naturalmente, as populações locais e limítrofes, bem como os adeptos do turismo alicerçado na Nacional 2 (itinerário de cerca de 740 quilómetros, que atravessa Portugal de Norte a Sul), mas nos últimos anos viu aumentar substancialmente o número de visitantes frequentes vindos da capital e arredores.

“A pandemia obrigou-nos a acelerar os planos de valorização da albufeira. A tipologia do trabalho e até do descanso de muitas das pessoas que vivem em Lisboa ou na margem Sul alterou-se significativamente e nós percebemos, quase do nada, que passámos a ter, de forma recorrente, quatro vezes mais pessoas do que aquelas que tínhamos a usufruir da albufeira”, explicou o presidente da Câmara Municipal de Ponte de Sor, Hugo Hilário, durante a apresentação do plano de valorização da linha da água da albufeira de Montargil. “Temos mais gente, mais barcos, mais motas de água e também mais possibilidade de acidentes o que obriga a uma maior regulação do ordenamento da albufeira de Montargil”, sublinhou ainda o autarca.

Não admira este óbvio despertar de interesse junto de quem reside na capital e arredores. A albufeira tem um enquadramento lindo, propício a inúmeras atividades naúticas que podem ser conciliadas com a observação de pássaros, por exemplo. É um autêntico oásis a hora e meia (ou menos) de distância, com um extra – os preços inesperadamente baixos para desfrutar da prática de desportos náuticos, alguns deles associados habitualmente a segmentos mais altos, como a vela.

No clube de vela de Ponte de Sor, “o único clube de vela federado do interior do país” é possível aprender a velejar a menos de cinco euros por mês… Sim, leu bem. “São valores sociais, só possíveis porque são financiados pela autarquia”, explicou Mário Matos, diretor técnico do clube e uma das dez pessoas que assegura o apoio aos utilizadores do clube que tem também pranchas de paddle e caiaques para os que preferem antes remar do que domar o vento.

Para quem prefere apenas nadar, relaxar e brincar na água num ambiente estruturado, surgirão duas novas praias fluviais na época balnear do próximo ano.

Um investimento de 1,6 milhões de euros avançados já pela autarquia (mas que já se candidatou para apoio comunitário) vai permitir criar duas praias fluviais – uma na denominada “Praia dos Tesos”, cujas obras já arrancaram há dois meses e que vai assegurar diversas infraestruturas – incluindo um restaurante, uma área de areia permanente, uma piscina flutuante, um campo de jogos, um parque infantil, uma zona de merendas, estacionamento e percursos pedonais – e uma segunda praia fluvial na zona de Foros do Mocho, igualmente com um enfoque turístico.

Avis

Turismo ecológico e com fama internacional

Não muito longe de Montargil, o PressTUR teve também oportunidade de atestar ‘in loco’ a beleza natural de uma outra estação naútica do Alentejo Azul – Avis.

Certificada desde 2018 pela Fórum Oceano, entidade que coordena as Estações Náuticas de Portugal juntamente com o Turismo de Portugal, a estação agrega mais de 30 parceiros entre restaurantes, alojamento turístico e restante oferta que tornam a experiência completa para quem quer apreciar ao máximo as atividades na água.

Opções não faltam – da vela ao wakeboard, da canoagem ao jet-ski, dos passeios de barco ao esqui aquático, detalha o presidente da câmara de Avis, Nuno Silva. E termina com uma espécie de selo de qualidade que atesta a excelência destas águas para a prática do remo: “O Fernando Pimenta costuma treinar nestas águas. E vários velejadores olímpicos dos países nórdicos (que não podem treinar nos seus países durante o Inverno) fazem aqui os seus estágios de preparação para as Olimpíadas”.

Espaço na água, de facto, não falta. São 46 km de águas calmas na albufeira do Maranhão, nome a fazer lembrar paragens amazónicas e que constitui um autêntico paraíso a descobrir aqui tão perto. Com uma vantagem de peso: não há piranhas na água e seja qual for a atividade náutica pode ser combinada com refrescantes mergulhos nestas águas temperadas…

Explorámos a barragem num barco solar da Além Tejo Eco Boat Tours e ficámos rendidos. Os barcos são movidos a energia solar produzida nos painéis acoplados à embarcação e a viagem é 100% ecológica, o que se pode constatar a olho nu – a sua passagem pelas águas não deixa rastos de combustível como acontece frequentemente com outros barcos que usam o combustível tradicional. Cereja em cima do bolo – é absolutamente silencioso o que permite ouvir claramente todos os sons da natureza envolvente enquanto se saboreia um copo de vinho e queijinhos, incluídos na experiência.

A albufeira resulta da confluência de três ribeiras (Ribeira de Sarrazola, Ribeira de Seda e Ribeira Grande) e ocupa uma área de cerca de quase 2.000 hectares. A Praia Fluvial do Clube Náutico de Avis, que conta com chapéus de colmo, um parque de merendas e um parque de campismo, é um convite ao puro relax.

Mértola

No grupo das oito estações náuticas do Alentejo contam-se ainda Alandroal, Mértola, Monsaraz, Moura-Alqueva, Odemira e Sines. Em todas elas é possível encontrar praias fluviais estruturadas com áreas recreativas e de lazer e condições para a prática de múltiplos desportos náuticos.

Odemira, por exemplo, tem 12 quilómetros de praias integradas no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina. O Rio Mira, considerado um dos menos poluídos rios da Europa, é um rico habitat de fauna e flora. Não muito longe, em Sines, a frente atlântica assegura a prática de desportos náuticos em mar aberto tendo o porto de recreio 180 lugares e disponibilidade para receber embarcações até 30 metros.

O Alqueva é outro grande trunfo no coração do Alentejo e que tem sido rentabilizado por vários municípios. No Alandroal, encontramos um areal com 148 metros de extensão, salpicado de chapéus de colmo e uma zona verde com 750 metros quadrados. Também a tirar partido do Alqueva, Reguengos de Monsaraz certificou em 2020 o seu centro náutico e a praia fluvial junto ao Grande Lago. Já Moura criou o Centro Náutico de Moura – Alqueva, localizado no Núcleo da Barragem de Alqueva e tem desenvolvido inúmeras iniciativas como é o caso da Taça de Portugal de Escolas de Vela, Moura Sailing Challenge ou o Circuito Nacional de Vela Adaptada.

A estação náutica de Mértola faz também parte do Alentejo Azul e dispensa apresentações – além do centro de formação de canoagem em Mértola, a praia fluvial da Mina de São Domingos ganhou uma impressionante reputação além-fronteiras e já ganhou por diversas vezes o prémio da melhor praia fluvial da Europa.

Seja num registo mais ativo ou mais relaxante, não faltam opções para uma conexão mais forte com a natureza e com a água, como convém nos dias quentes de Verão. E com um extra – não é um turismo de massas. É só desfrutar!

O PressTUR viajou a convite do Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo

Para ver mais clique: Viagens e Experiências

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