A TAP apresentava no fim do primeiro semestre uma dívida para com clientes que adquiriram voos de que ainda não usufruíram de 1.064,1 milhões de euros, representando um aumento de 420,5 milhões ou 65,3% em relação ao período homólogo do ano passado e em 56,6% ou 384,4 milhões em relação a 2019.
O PressTUR tentou obter uma explicação da TAP para esse aumento, mas até ao momento da publicação desta notícia não obteve resposta.
É um ‘facto da vida’ das companhias de aviação terem no passivo uma rubrica que é “documentos pendentes de voo”, porque o negócio assim está estruturado, com os passageiros a comprarem os bilhetes com antecedência, que é tanto maior quanto procuram as melhores tarifas.
Mas como mostra a comparação com 2019, o que já não é tão óbvio é ter havido um aumento de 420,5 milhões no primeiro semestre deste ano, que compara, por exemplo, com uma subida na ordem dos 286 milhões nos períodos homólogos de 2019.
Mas a TAP não quis explicar em tempo útil, o que inviabiliza a compreensão da situação relativa aos documentos pendentes de voo, que são a maior fatia do passivo corrente, representando 41,6% desse montante este ano, quando em 2019 representava 34,9%.
Fontes da aviação ouvidas pelo PressTUR consideraram “normal” a forma como disparou a conta de documentos de voo pendentes, realçando que “historicamente a receita vendida é superior à voada”, enquanto no terceiro trimestre é o inverso, e daí que a TAP argumente que “o 3º trimestre é o que consome mais liquidez”.
As mesmas fontes argumentaram que essa conta do passivo “tende a normalizar nos resultados anuais”.