Após uma redução de oferta este ano, o operador turístico Nortravel está a preparar um reforço de operações em 2026. O objectivo é crescer com foco na rentabilidade, garante Nuno Aleixo, director-geral, em entrevista ao PressTUR.
A pandemia obrigou o operador a reestruturar a sua programação, a fazer experiências, a lançar novos produtos. Uns foram bem-sucedidos, outros falharam, mas agora tudo está “muito mais consolidado” e a Nortravel, com 26 anos de actividade e com uma equipa “experiente e coesa”, encara o próximo ano com expectativas de crescimento, tanto em clientes como em rentabilidade.
PressTUR: Como está a procura para o Natal e Fim de Ano?
Nuno Aleixo: A Madeira é o nº 1 em número de reservas, Em facturação, o Brasil consegue ser superior, devido ao preço dos pacotes. Para a Madeira, temos 90% dos allotments vendidos. É um tipo de venda que ocorre, muitas vezes, em pleno Verão ou mesmo antes. Assim que lançamos o produto, já temos clientes a fazer as marcações. O Fim de Ano nos Açores vende-se mais tarde do que a Madeira, estamos agora a vender. Temos cerca de 300 lugares com a SATA para o Fim de Ano nos Açores, concentrado em São Miguel, mas distribuídos em vários produtos. E depois temos os destinos da TAP no Brasil, os do Nordeste e o Rio de Janeiro. Só temos alguns lugares para Fortaleza e para o Rio de Janeiro. Tínhamos muita oferta para o Rio de Janeiro, mas acredito que em duas ou três semanas esgotamos.
PressTUR: Quais são as expectativas da Nortravel para o próximo ano?
Nuno Aleixo: A Nortravel é uma empresa com 26 anos, com muito historial. O pós-pandemia obrigou-nos a reestruturar produtos, a fazer novos, tudo isso, mas a nossa experiência é muito conhecida, a equipa é praticamente a mesma há alguns anos, é bastante coesa. Isto tem-nos dado tranquilidade, e, acima de tudo, não nos leva a embandeirar em arco e lançar mais e mais produto. Muitas vezes, em certos momentos, como no mês de Julho, há um excesso de produto no mercado. Mas, para nós, o objectivo é a rentabilidade. Sempre foi, mas no pós-pandemia tivemos que mudar de produto e fizemos apostas que não correram tão bem, e tudo isso agora já está muito mais consolidado. Já estamos muito mais ajustados. Este ano conseguimos, realmente, rentabilizar muito mais, comparado com 2024. Em 2026, o nosso objetivo é crescer, mas a priorizar a rentabilidade. Só com estes dois charters de Tirana e Malta vamos voltar ou até ultrapassar os números de 2024, mas com o objectivo de rentabilidade.
PressTUR: Mas em 2025 aumentaram a rentabilidade?
Nuno Aleixo: Sim, em 2025 aumentámos a rentabilidade, porque retirámos aqueles produtos que têm facturação, mas, se calhar não tiveram a rentabilidade expectável. Muitas vezes temos que dar um passo atrás para poder dar dois passos à frente. 2026 é um pouco isso. Em 2025 demos um passinho atrás para consolidar em 2026.
PressTUR: A privatização da TAP preocupa a Nortravel?
Nuno Aleixo: Nunca vi uma companhia aérea deitar fora um bom cliente e nós somos bons clientes. A tour operação em Portugal é boa cliente da TAP. Não vejo receio nessa discussão. Pode haver um reajuste na forma de se trabalhar a nível comercial, se calhar é mais directo, com menos intervenção humana. Isso já aconteceu noutras companhias aéreas, como com a Ibeira e a Lufthansa. Nós temos a nossa forma de trabalhar em Portugal e a TAP vai continuar o seu caminho, vai continuar a crescer. A privatização poderá afectar a relação a que nós estávamos habituados, mas não estou a ver a TAP a deitar fora os bons clientes. Claro que a TAP, os hotéis, toda a gente privilegia a distribuição directa, sempre foi assim, mas não podem ignorar a distribuição indirecta. Até vimos efeitos durante anos de uma companhia aérea a dizer que não à distribuição indirecta e agora já tem plataformas para distribuição indirecta, como é o caso da Ryanair.
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