O presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Bernardo Trindade, apesar dos recordes de receitas das empresas hotelerias este ano, pediu hoje o alargamento das maturidades das linhas de crédito criadas durante a pandemia, porque “a tesouraria futura é uma incógnita”.
Na inauguração do 33º Congresso Nacional da Hotelaria, organizado pela AHP, em Fátima, Bernardo Trindade lembrou hoje que “a autonomia financeira das empresas hoteleiras degradou-se durante a pandemia” e reconheceu que “as linhas de crédito de apoio foram importantes, mas caminham para a sua maturidade”.
“Com a incerteza resultante da guerra na Ucrânia, com a incerteza que resulta da nova ordem mundial, das cadeias de distribuição destruídas, a tesouraria futura é uma incógnita”, frisou o presidente da AHP.
Nesse sentido, “precisamos de ver alargadas as maturidades das linhas de crédito e premiados projectos em função de metas realizadas”, alertou o dirigente.
Para tal, Bernardo Trindade defende que “basta copiar o óptimo exemplo do Turismo de Portugal no microcrédito”. E acrescentou: “Temos hoje um sistema financeiro robusto, temos baixíssimos níveis de incumprimento na banca, temos a garantia mútua, ajudemos as empresas”.
O presidente da AHP começou o seu discurso afirmando que “o ano de 2022 tem sido um ano excepcional na recuperação da confiança” dos clientes da hotelaria e que “Portugal liderará o crescimento económico na União Europeia, tendo esse crescimento uma clara impressão digital: o turismo como mola impulsionadora dessa recuperação”.
Contudo, “os anos da pandemia fizeram-nos recuar 20 anos em termos de dormidas e 10 anos em termos de proveitos”, afirmou.
Apesar de bater recordes de receita em 2022, o dirigente alerta para a incerteza provocada pela guerra na Ucrânia “que não nos permite dizer qual o nível de resultados que teremos em 2022”.
Dirigindo-se a António Costa Silva, ministro da Economia, e Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, presentes na inauguração do Congresso, Bernardo Trindade afirmou que “realisticamente temos de ser ajudados”, porque “tudo está mais caro”, incluindo “o custo da mão de obra, a eletricidade e o gás, a cadeia alimentar, as diversas prestações de serviço”.
O presidente da AHP referiu ainda o pacote de 3 mil milhões de euros de apoio às empresas face à subida dos preços electricidade e do gás anunciado pelo Governo. “Saudamos esse anúncio e temos a expectativa de ser incluídos nesse pacote de ajudas”, disse Bernardo Trindade.
O PressTUR viajou para Fátima a convite da AHP
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