A maioria dos hoteleiros inquiridos pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) revelou que espera aumentos de ocupação, preço médio e receitas globais em 2024, mas destaca que existem vários desafios.
Os resultados do inquérito, que foi realizado entre 2 e 21 de Janeiro a 476 estabelecimentos hoteleiros, foram apresentados hoje em videoconferência.
O presidente da AHP, Bernardo Trindade, comentou que o sector está a encarar este ano com a perspectiva de que, tal como no ano anterior, o resultado poderá ser “positivo”, mas “não com níveis de crescimento que tivemos em 2023”.
As previsões do dirigente são acompanhadas de “prudência” devido a vários factores, incluindo as guerras na Ucrânia e Palestina e as limitações aeroportuárias, designadamente em Lisboa.
Outros factores de preocupação apontados por Bernardo Trindade incluem as taxas de juro que estão “ao dobro daquilo que tínhamos no período da pandemia” e “o tema permanente da qualidade do serviço que estamos a entregar e dos Recursos Humanos que estamos a empregar”.
No inquérito realizado pela AHP, 78% dos hoteleiros apontaram a “Instabilidade Geopolítica (Guerras Ucrânia/Rússia e Israel/Palestina)” como um dos três principais desafios ou constrangimentos para o sector do turismo em 2024.
Seguiu-se o “Aumento das taxas de juro”, que foi apontado no Top3 de desafios por 59% dos inquiridos; e a “Redução do número de voos”, por 40%, tendo este último constrangimento maior expressão nos Açores, devido à redução do número de voos da Ryanair.
Outro desafio destacado pelos hoteleiros no seu Top3 foi a “Capacidade do aeroporto de Lisboa”, por 36% dos inquiridos.
Na apresentação destes resultados, Cristina Siza Vieira, vice-presidente da AHP, destacou “o destronamento da inflação, que era apontada como o principal desafio por 88% dos inquiridos em 2023”, que, no entanto, foi contrabalançado pelo surgimento da preocupação com o aumento das taxas de juro (59%).
Apesar destes desafios, a maioria dos hoteleiros revelou que espera este ano uma taxa de ocupação “igual ou melhor a 2023”, um preço médio por quarto “melhor que em 2023” e receitas globais “melhores que em 2023”.
A nível de mercados, Portugal continua a ser apontado como um dos três principais por 75% dos inquiridos, segunido-se Reino Unido (48%) Estados Unidos (42%), Espanha (41%), Alemanha (27%), França (26%) e Brasil (20%).
O inquérito também inclui um balanço sobre 2023, que concluiu que a taxa média de ocupação dos hotéis em Portugal subiu 7 pontos percentuais, para 68%, enquanto o preço médio por quarto cresceu 18%, para 141 euros.
O estudo da AHP inclui apenas hotelaria (hotéis, hotéis-apartamentos e pousadas), ao contrário das publicações do INE, que também abrangem alojamento local e outros tipos de alojamento turístico.
Ver também: Reino Unido, Alemanha e Espanha fizeram 40% das dormidas de estrangeiros em Portugal em 2023
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