A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) classificou de “incompreensível” o encerramento dos balcões de atendimento da SATA e anunciou que “vai averiguar da legalidade” da entrega do serviços destas lojas à RIAC – Rede Integrada de Apoio ao Cidadão.
Em comunicado, a Associação liderada por Pedro Costa Ferreira declarou-se “absolutamente surpreendida pela inusitada e incompreensível decisão de fecho das lojas de atendimento ao público, por parte da SATA, sobretudo no que concerne às «soluções» aventadas”.
A APAVT acusa a empresa de “falta de consideração pelos clientes, que não foram informados de nada”, de falta de comunicação com as agências de viagens e de “inexistência” de provas de que o fecho dos balcões é benéfico financeiramente.
Por outro lado, a Associação questiona a decisão de entregar os serviços dos balcões encerrados à RIAC – Rede Integrada de Apoio ao Cidadão, como noticiado hoje pelo jornal “Açoriano Oriental”.
Uma vez que a actividade de venda de bilhetes e reservas de lugares em meios de transporte é exclusiva das pessoas singulares ou colectivas inscritas no Registo Nacional das Agências de Viagens e Turismo (RNAVT), a APAVT sublinha que a RIAC “estará a incorrer em violação da lei: não só do diploma legal que lhe confere as suas atribuições, mas também da Lei das Agências de Viagens”.
A Associação garante que “vai averiguar da legalidade da solução encontrada (a RIAC não está, ao dia de hoje, habilitada, legalmente, a emitir bilhetes de avião), reservando-se o direito de desenvolver todas as ações que se revelarem adequadas à legitima proteção e defesa dos direitos dos nossos associados e dos nossos clientes”.
A APAVT salienta ainda que ao longo do “relacionamento de décadas com a SATA” nunca teve “um momento tão infeliz, com total ausência de parceria”, de “diálogo” ou “de mera informação, que não apenas merecemos, como exigimos”.
A Associação acusa ainda o presidente da SATA, Rui Coutinho, de “deselegância” e “desconhecimento total do mercado” por ter exortado “os açorianos a comprarem mais na SATA, em lugar das agências de viagens” na Comissão de Economia da Assembleia Legislativa Regional dos Açores. “Não é com meios de «self-booking», ou ainda menos, com vendas ilegais, que se serve o cliente e que se ganha quota de mercado”, sublinha a APAVT.
A SATA anunciou há duas semanas, a 19 de Julho, que iria reorganizar o modelo de atendimento, concentrando os serviços de venda de bilhetes, reservas e informações nos balcões do aeroporto e atendimento telefónico, em vez das lojas.
“A partir do próximo dia 1 de Agosto, as companhias aéreas do grupo SATA, SATA Air Açores e Azores Airlines, concentrarão os seus serviços de atendimento aos clientes nos Açores (venda de bilhetes, alterações de reservas e informações gerais) nos balcões de aeroporto e através do Contact Center (serviço de atendimento telefónico)”, sublinhou a transportadora em comunicado.
A empresa justificou que a reorganização está inserida “num plano mais abrangente e compreensivo que tem como objetivo assegurar a sustentabilidade da empresa a médio e longo prazo”.
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