O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, alertou para a necessidade de “cuidar” do hub em Lisboa, “a melhor arma de penetração nos mercados de long-haul”, que permitem combater a sazonalidade e distribuir a procura pelo território.
Com a recuperação do turismo após dois anos de pouca actividade devido à pandemia, o tema pressão turística sobre as cidades voltou a ser discutido no 47º Congresso da APAVT, que decorreu entre 8 e 11 de Dezembro em Ponta Delgada.
No encerramento do Congresso, Pedro Costa Ferreira afirmou que “fica difícil perceber como vamos gerir a pressão turística se não soubermos cuidar de um hub que representa a melhor arma de penetração nos mercados de long-haul, aqueles que permitem, de uma forma mais óbvia e imediata, trabalhar para além do Verão, ganhando e consolidando novos territórios turísticos”.
Os últimos dados publicados pelo INE mostram a importância dos mercados de longo curso, revelando que os Estados Unidos são o mercado que mais cresce no alojamento turístico em Portugal, com recordes anuais de hóspedes e dormidas (clique para ler: Mercado dos Estados Unidos já marca novos recordes anuais na hotelaria portuguesa).
Para “cuidar” do hub, Pedro Costa Ferreira sublinhou que é necessário “resolver o problema das obras no aeroporto de Lisboa, única via de evitar que a panela de pressão em que se transformou o tema das acessibilidades aéreas, nos rebente nas mãos”.
As obras no aeroporto Humberto Delgado são para o presidente da APAVT “a única via de minimizarmos as terríveis perdas decorrentes da não decisão relativamente à solução aeroportuária lisboeta”.
O CEO da ANA Aeroportos, Thierry Ligonnière, também presente no Congresso da APAVT, avançou que a primeira fase do projecto de melhoria da eficiência do Aeroporto de Lisboa, no valor de 200 milhões a 300 milhões de euros, poderá começar no final de 2023 (clique para ler: Obras na Portela arrancam no final de 2023 “se todos fizerem o seu trabalho rapidamente” – ANA Aeroportos).
Contudo, a manutenção de um hub em Lisboa também depende do futuro da TAP, porque os hubs não pertencem às cidades ou aeroportos, mas sim às companhias aéreas, que decidem operar sob o modelo de ligações Hub & Spoke e que decidem em que aeroportos optam por basear a sua estrutura de rede (clique para ler: O “Hub de Lisboa” e a privatização da TAP).
Nesse sentido, a TAP ou outra companhia aérea só terá capacidade para manter um hub em Lisboa se a nova solução aeroportuária para a região o permitir.
O Governo criou uma comissão técnica para apresentar até 31 de Dezembro de 2023 um relatório que permita uma decisão política. As primeiras cinco opções em análise são Portela + Montijo; Montijo + Portela; Alcochete; Portela + Santarém; e Santarém.
O PressTUR viajou para Ponta Delgada a convite da APAVT