O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, pediu hoje ao novo secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda, presente em Ponta Delgada no 47º Congresso da Associação, para trabalhar com Bruxelas para que “a nova Directiva das Viagens Organizadas não saia ainda mais desequilibrada” e “ainda mais injusta para as agências de viagens”.
“É mesmo preciso, senhor secretário de Estado, que as palavras bonitas sobre justiça e solidariedade não correspondam a sucessivas concessões aos lobbies dos mais poderosos”, afirmou Pedro Costa Ferreira, que discursava esta quinta-feira na abertura do 47º Congresso da APAVT, em Ponta Delgada.
Sobre os novos desafios, o presidente da APAVT reconhece que a “agenda é extensa, mas certamente teremos oportunidade de a detalhar e de trabalhar, ao longo dos próximos tempos”, destacando a “total disponibilidade” da Associação “para o trabalho conjunto”.
No final de Novembro, a ECTAA, que junta as associações de agências de viagens e operadores turísticos da Europa, incluindo a APAVT, acusou a Comissão Europeia de ameaçar o futuro das viagens organizadas, ao fazer uma “revisão desequilibrada” da Directiva das Viagens Organizadas.
A ECTAA informou na altura que a Comissão Europeia está a realizar consultas com vista à revisão da Directiva das Viagens Organizadas e à melhoria dos direitos dos passageiros, e defende que as opções em análise evidenciam “pouco alinhamento entre as medidas impostas aos operadores turísticos e às companhias aéreas”.
A ECTAA sublinhava então que o comissário Didier Reynders, cuja pasta inclui a protecção do consumidor, “expressou claramente a intenção de limitar os pagamentos antecipados aos operadores turísticos na revisão da Directiva das Viagens Organizadas”.
Contudo, “não há interesse aparente em limitar os pagamentos antecipados às companhias aéreas na revisão dos direitos dos passageiros”, acrescentou, frisando que a ECTAA refere ser uma medida que está sob a responsabilidade da comissária Adina-Ioana Vălean.
Além destas medidas, a ECTAA avisa que a Comissão Europeia está a considerar regulamentar mais a protecção da insolvência dos operadores turísticos, sem revelar as mesmas intenções para as companhias aéreas.
O presidente da ECTAA, Frank Oostdam, defende que “limitar os pré-pagamentos e impor protecção contra a insolvência a apenas uma parte da cadeia de valor, em detrimento dos operadores turísticos, que são principalmente PMEs, irá eliminá-los do mercado”, o que “privará os consumidores de um produto de viagem essencial, pois as viagens organizadas oferecem um alto nível de protecção”.
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O PressTUR viajou para Ponta Delgada a convite da APAVT





