Os tripulantes de cabine da Air Canada recusaram a ordem do Governo para terminar a greve e voltar ao trabalho, exigindo à companhia aérea uma solução negociada para aumento de salários.
A greve dos tripulantes da Air Canada iniciou-se na sexta-feira, dia 15 de Agosto, e esta segunda-feira de manhã, a companhia aérea, que transporta diariamente cerca de 130 mil passageiros, continuava com a sua frota de centenas de aviões em terra, de acordo com a Reuters.
A companhia aérea planeava retomar as operações na noite de Domingo, depois do Governo do Canadá ter determinado que os tripulantes regressassem ao trabalho, nos termos da Secção 107 do Código do Trabalho Canadiano, e fosse iniciada uma arbitragem vinculativa.
O sindicato Canadian Union of Public Employees, que representa 10 mil tripulantes da Air Canada, recusou a proposta do Governo para uma arbitragem vinculativa, defendendo que essa solução aliviaria a pressão sobre a companhia aérea.
O sindicato pretende uma solução negociada e considera inconstitucional a ordem de regresso a trabalho dada pelo governo canadiano, de acordo com a Reuters.
Esta segunda-feira, o Conselho de Relações Laborais do Canadá declarou a greve ilegal, após a recusa do sindicato em regressar ao trabalho. O sindicato afirmou que iria manter a greve e convidou a Air Canada a voltar à mesa das negociações para “negociar um acordo justo”.
A companhia aérea adiou os seus planos de retoma das operações para a noite desta segunda-feira, dia 18, e acusou o sindicato de estar a fazer um desafio ilegal à junta de trabalho.
A agência de notícias britânica sublinha que os trabalhadores da Air Canada estão em greve por melhores salários e pelo pagamento do trabalho em terra, como o embarque de passageiros.
O sindicato exige o pagamento por todas as horas trabalhadas, incluindo o embarque e o tempo em terra, que equivale a cerca de 35 horas não remuneradas por mês.
A Air Canada, de acordo com a Reuters, propôs compensar parte desse tempo por metade do valor normal por hora. A companhia aérea indica que a sua proposta aumentaria a remuneração total em 38% ao longo de quatro anos, com um aumento de 25% no primeiro ano.
O sindicato afirma que a proposta da Air Canada se traduz num aumento salarial de apenas 17,2%, o que não é suficiente para os assistentes de bordo com cinco ou menos anos de experiência, que representam metade dos seus membros.
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