A TAP divulgou hoje um balanço de 2022 com um lucro de 65,6 milhões de euros, apesar de no final do Verão ter um prejuízo de 90,8 milhões de euros, pelos resultados do 4º trimestre, positivos em 156,4 milhões de euros, que explica por aumentos simultaneamente das tarifas e da capacidade.
A companhia e o seu accionista, o governo, já tinham feito saber que o balanço de 2022 iria ser o regresso aos lucros, faltando apenas saber em que montante, que a TAP divulgou hoje, indicando que atingiu um resultado operacional de (EBIT) de 268 milhões, com 123 milhões no último trimestre, em que atingiu uma margem de 9,1%.
A avaliação da companhia é que está ‘no bom caminho’, embora ainda enfrente desafios, o primeiro dos quais ter um hub num aeroporto congestionado a que se junta ter que prosseguir a estratégia de redução de custos, que em 2022 ascenderam a 3.216,8 milhões de euros, incluindo 1.096,7 milhões em fuel para aviões, 699,1 milhões em tráfego e 416,7 milhões em pessoal, que baixaram face a 2019 em 261,9 milhões enquanto os encargos de tráfego baixaram 108,2 milhões, permitindo atenuar o impacto do aumento de custos em combustível de 307 milhões.
A informação especifica que em 2022 a TAP transportou 13,759 milhões de passageiros, menos 3,29 milhões (-19,3%) que em 2019, mas limitou a quebra em RPK, unidade mais utilizada na aviação (passageiros x quilómetros voados), por ponderar o número de passageiros pelas distâncias voadas, a 12,6%.
A informação também assinala que a companhia operou em 2022 com um número médio de 6.988 trabalhadores, que compara com 9.006 no ano de 2019, pré-pandemia, do que se conclui que aumentou a receita por trabalhador em cerca de 36,2%.
A TAP não divulgou indicadores básicos como o yield, que é o preço médio por quilómetro voado, mas os dados conhecidos permitem calcular que terá realizado um aumento ma ordem de 20% face a 2019, superando os 35% no último trimestre do ano, que associado a melhor ocupação dos aviões levou a um aumento da receita unitária ou PRASK (do inglês para receita por ASK ou lugar voado um quilómetro) em cerca de 20% em 2022 em relação a 2019.
A TAP, que em 2022 teve -12,5% de capacidade que em 2019 e voou com uma taxa de ocupação dos aviões 0,1 pontos percentuais mais baixa, com 80%, teve um aumento RASK 21% mais alto, com o PRASK, considerando apenas os proveitos de passagens, teve uma subida de cerca de 20,5%.
O CASK, que é o custo unitário, porém aumentou apenas cerca de 14%, o que evidencia o ganho de margem (diferença que a companhia obteve em receitas e custos por ASK) no ano passado, na ordem de 7%, que resulta no aumento do resultado operacional em 468,2%, para 268,2 milhões de euros, com a margem operacional a subir de 1,4% para 7,7%.