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Ryanair ‘edita’ discurso de Espanha e apresenta-o em Portugal

A Ryanair veio a Portugal anunciar as novas rotas no país, onde perspectiva crescer 6% em número de passageiros, e aponta as taxas aeroportuárias e a capacidade aeroportuária como o motivo para não crescer em Lisboa.

A Ryanair perspectiva crescer 6% em número de passageiros em Portugal no ano de 2025, transportando 14 milhões de passageiros, mas continua a apontar as taxas aeroportuárias implementadas pela Vinci, proprietária da ANA Aeroportos, e a capacidade do aeroporto de Lisboa como motivo para não crescer na capital portuguesa.

O comunicado da companhia indica mesmo que “infelizmente, não haverá qualquer crescimento da Ryanair em Lisboa neste Inverno devido às taxas excessivas e não competitivas da ANA e ao fracasso do monopólio aeroportuário em expandir a capacidade na Portela”, acrescentando que esta situação “impede o crescimento do tráfego, do turismo e do emprego em Lisboa”.

A companhia “apela ao Governo português para expandir urgentemente a capacidade da Portela, de forma a garantir a competitividade de Lisboa”, e “solicita ao monopólio ANA [Vinci] que melhore a sua competitividade reduzindo as suas taxas excessivas”.

Solicitou também à empresa que gere os aeroportos em Portugal que abandone aquilo que descreve como “a absurda proposta de fazer com que os passageiros do Aeroporto da Portela financiem o Aeroporto de Alcochete, pagando taxas mais elevadas 12 anos antes de poderem utilizar o novo aeroporto”, colocando o peso do aumento das taxas nos seus passageiros.

Em Espanha, a Ryanair anunciou o corte de um milhão de lugares na próxima temporada de Inverno, apontando como motivo o aumento de 6,5% das taxas aeroportuárias aplicadas pela AENA, empresa de maioria estatal que gere os aeroportos espanhóis.

A Reuters cita Eddie Wilson, CEO da low cost, que indica que “o monopólio do operador de aeroportos não tem interesse em desenvolver o tráfego em aeroportos regionais espanhóis, e simplesmente quer focar-se em retirar lucros recordes para os principais aeroportos espanhóis”.

O corte da Ryanair em Espanha representa 16% da sua operação nesse país, sendo que 400 mil desses lugares são referentes a ligações nas Canárias. A companhia vai deixar de operar em Valladolid e Jerez. Os cortes em Espanha devem ser substituídos por voos na Croácia, Hungria, Itália, Marrocos e na Suécia.

A companhia indicou que vai cortar mais cerca de um milhão de lugares na temporada de Verão, em Espanha.

Apesar as queixas e dos cortes, na temporada que termina no final de Março, a Ryanair espera aumentar o número de passageiros em voos em Espanha em, pelo menos, 3%.

Ora, a AENA, por sua vez, indica que os aumentos das taxas aeroportuárias são justificados com “princípios microeconómicos sólidos” e sublinha que são muito inferiores aos aumentos da Ryanair nos seus bilhetes de avião.

A presidente da AENA, Maurici Lucena, segundo o Expresso que cita um artigo do Financial Times, indica que o presidente executivo da Ryanair está a utilizar a operadora de aeroportos como “bode expiatório para evitar o protesto e a ira dos passageiros devido aos cancelamentos de voos previstos pela companhia aérea irlandesa para Espanha”.

Lucena acusa mesmo O’Leary de “mentir continuamente” e de ocultar o motivo para o corte dos voos, “não querem enfrentar o custo político e de reputação de abandonar alguns aeroportos regionais e, em alguns casos, até causar perdas de empregos”.

A presidente da AENA indica que o objectivo da Ryanair é posicionar aviões em rotas fora de Espanha para ganhar mais dinheiro, não só através de preços mais elevados de bilhetes como também através de financiamento público, sublinhando que “é comum as entidades de turismo e as autarquias pagarem à Ryanair para voar para certos destinos, ao abrigo da promoção de rotas”.

Voltando a Portugal, o comunicado da Ryanair indica que a companhia aérea low cost “apresentou ao Governo português planos ambiciosos para duplicar o tráfego para 28 milhões de passageiros por ano, com o posicionamento de 16 novos aviões Boeing MAX-10 (investimento de 1,6 mil milhões de dólares) e a criação de 500 novos empregos para pilotos, tripulação e engenheiros portugueses até 2030”.

O’Leary é mesmo citado no comunicado afirmando que pode duplicar o tráfego da low cost em Portugal, “mas sem acção urgente do Governo e da ANA, este crescimento irá para aeroportos de menor custo e para outros países da Europa”.

Veja também:

Saiba mais no site da low cost.

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