O ACI Europa, que representa 500 aeroportos em 55 países, lamentou a imposição de testes à covid-19 a viajantes da China, uma medida que considera injustificada, como também já defendeu o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças. Já a Organização Mundial de Saúde diz que é “compreensível”.
“Estamos mais uma vez a mergulhar numa manta de retalhos de restrições de viagens injustificadas e descoordenadas, que não têm base em factos científicos”, afirmou Olivier Jankovec, director-geral do ACI Europa.
Citado num comunicado, o executivo afirmou que o regresso das restrições às viagens mostra que “ainda temos que aprender as dolorosas lições dos últimos anos”.
“Estas restrições às viagens não funcionam e os arranjos actuais para a coordenação da UE falharam mais uma vez”, acrescentou o Olivier Jankovec.
O ACI Europa reitera que as restrições adoptadas unilateralmente “estão em desacordo com toda a experiência e evidências adquiridas nos últimos três anos”.
O comunicado indica que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceram “a ineficácia das restrições às viagens internacionais na prevenção da propagação da covid-19 e das suas múltiplas variantes de preocupação”.
Restrições injustificadas para o ECDC, mas compreensíveis para a OMS
No dia 29 de Dezembro, o ECDC declarou que a aplicação de restrições a viajantes procedentes da China seria “injustificada”.
O ECDC, segundo a BBC, indica que os elevados níveis de diagnósticos de covid-19 na China eram antecipados devido à baixa imunidade do país e ao recente relaxamento das regras, mas não se espera que um surto na China afecte a União Europeia, onde a imunidade é mais elevada.
O ECDC acrescentou que as variantes da covid-19 que circulam na China já circulam na UE e as potenciais infecções importadas da China são “bastante baixas” em comparação com o número de infecções que já ocorrem na UE.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), contudo, considerou “compreensível” a adopção de restrições a viajantes procedentes da China.
“Na ausência de informações abrangentes da China, é compreensível que países em todo o mundo estejam a adoptar medidas que acreditam poder proteger as suas populações”, escreveu no Twitter o director-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.






