As expectativas para este ano do director de Vendas da Iberia para Portugal, Espanha e Norte de África, Antonio Linares, são “moderadamente optimistas”, mas os números apontam para que a procura se mantenha em alta e “a suportar preços mais altos que em 2019”.
Em entrevista ao PressTUR em meados de Janeiro, na Fitur, Antonio Linares disse que a subida da tarifa média no ano passado permitiu “de certa forma mitigar o impacto da subida da inflação e do custo do fuel”, o que possibilitou aumentos dos “volumes de receita em todas as operações”.
Para este ano, os preços e a procura devem manter-se elevados e isso poderá ajudar as companhias de aviação a cumprirem os prazos de pagamento das dívidas contraídas durante a pandemia de covid-19, disse o executivo.
PressTUR: A tarifa média poderá manter-se tão elevada este ano como em 2022?
Antonio Linares: Os preços pré-pandemia estavam desproporcionadamente baixos. Não é normal que se possa ir a Nova Iorque por 20 euros ou a Lisboa por 1 euro. Em 2022 aumentaram o preço do fuel e a inflação, enquanto a capacidade demorou algum tempo a recuperar. Não passámos de 0 a 100 num dia. No último trimestre estivemos a 95%, mas durante o ano estivemos com uma média de 85% da capacidade pré-pandemia. Isto significa que tivemos alturas em que estávamos a 60% e a 70%, recuperando pouco a pouco. Havia procura contida, muita gente que queria viajar porque há dois anos que não o fazia o que fez com que a procura aumentasse. Além disso os custos de produção, com a inflação, os custos laborais unitários e o fuel estiveram em níveis muito altos e com uma capacidade abaixo de 2019, tudo isto fez com que os preços subissem.
PressTUR: E este ano?
Antonio Linares: Em 2023, tirando algumas descidas de preços em alguns mercados, creio que os preços vão continuar elevados, porque a procura vai continuar elevada. O desejo de voar subiu muito nas prioridades das pessoas. Creio que a procura vai continuar alta e vai continuar a sustentar os preços mais altos face ao que tínhamos em 2019, embora em alguns mercados não tão altos como no 3º trimestre de 2022. É a minha previsão.
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