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“Nunca me arrependi de ter vindo para a hotelaria e para Tavira. Vive-se aqui muito bem!” – José Carlos Gonçalves, Colégio Charm House

Poucos são os que têm ânimo e energia para começar vida nova intensa já na altura da reforma, mas foi precisamente isso que fez José Carlos Gonçalves quando há cerca de cinco anos resolveu pôr ponto final numa carreira longa na área das Tecnologias de Informação e lançar-se no desafio da hotelaria ao investir no Colégio Charm House, em Tavira. Com um pequeno investimento inicial, cimentou os alicerces de um espaço que é hoje uma pérola na hotelaria algarvia e que até atrai estrelas de Hollywood.

PressTUR: O Colégio Charm House assenta numa história de séculos. Pode partilhar?

José Carlos Gonçalves: O edifício original nasceu há mais de 300 anos quando o cozinheiro do rei D. João V, Manuel Vaz Velho, se reformou e recebeu do rei, como era tradição na época, este terreno onde ele mandou construir o Palacete da Bela Fria, com a respetiva capela privada, um espaço imponente, um pouco para mostrar a sua nova posição como homem abastado. O palacete ficou na família Vaz Velho durante várias gerações e até meados dos anos 30, 40… Entretanto, após a II Guerra Mundial, venderam o edifício e este acabaria por ir parar a uma ordem católica que o transformou num colégio de rapazes. Este colégio sobreviveu até à reforma do ensino até 1975, 1976… A partir daí, começaram os problemas, ainda funcionou como clube desportivo e outros usos, mas acabaria por ser abandonado, grafitado…. Assim ficou mais de 30 anos.

PressTUR: Qual é a área?

José Carlos Gonçalves: A área coberta é de cerca de 1.500 metros quadrados.

José Carlos Gonçalves

PressTUR: Tornar-se hoteleiro foi uma mudança radical de vida. Pode partilhar?

José Carlos Gonçalves: A minha vida nada tinha a ver com hotelaria, estava na área das Tecnologias de Informação (TI). Fui administrador de várias empresas… Fui director-geral de uma empresa que começou na Edinfor e que era braço da EDP, que passou, mais tarde, para uma empresa inglesa e depois por uma canadiana… Nesse período todo fui sempre o director-geral. Antes disso, estive na IBM, fui administrador da PT… O meu mundo começou logo nesta área, assim que acabei a Faculdade. Ao todo foram cerca de 30 anos.

PressTUR: Como surgiu a ideia de investir em hotelaria?

José Carlos Gonçalves: Isto tudo começou porque os meus filhos sempre tiveram a ideia de ter uma casa no Algarve, uma casa de férias, conceito que eu abomino porque acho que dá uma trabalheira (risos). Mas, a dado momento, fiz um acordo com eles – “ok, vamos comprar uma propriedade, mas um pouco diferente do que vocês estão a imaginar e onde se possa fazer as duas coisas, ou seja, ser um hotel de charme pequenino, mas que quando quisermos, o possamos fechar e usar para as férias da família”. Foi assim que nasceu a ideia. A Cristina, a minha esposa, trabalhava na mesma empresa que eu. Eu estava nessa altura a trabalhar em Espanha, mas já a sentir que estava na altura de ir embora. E assim foi. Começámos à procura de um espaço para criar um hotel e encontrámos este.

PressTUR: Quão complexo foi retirar o edifício daquele abandono de 30 anos?

José Carlos Gonçalves: Acabámos por ter sorte porque o senhor que tinha inicialmente comprado o edifício e feito o projeto de obras desistiu e acabou por vender a uma outra pessoa que pensou em fazer um hotel, mas acabaria por reconstruir o edifício e vender-nos na fase dos acabamentos… Fiz com ele um acordo de comprar “chave-na-mão” o palacete. A parte nova já foi feita por nós depois da aquisição. O edifício histórico tem 14 quartos e a parte nova mais seis.

PressTUR: Como foi a adaptação a esta nova área de trabalho?

José Carlos Gonçalves: Como em tudo na vida, temos de nos preparar para as coisas. Quando o hotel ainda estava na fase de construção, uma das coisas que fiz foi voltar à escola: fiz mestrado em hotelaria, ganhei as bases teóricas e técnicas para poder gerir melhor… Não quer dizer que saiba tudo, mas pelo menos senti-me mais preparado.

PressTUR: Nunca se arrependeu de ter largado a área das TI?

José Carlos Gonçalves: Não. Nunca me arrependi de ter vindo para a hotelaria e para Tavira. Vive-se aqui muito bem! É uma vida muito boa! Não há uma rotina, no sentido do nine to five. Trabalho muito mais horas, já trabalhava antes, mas não custa muito e a hotelaria tem uma coisa óptima – permite conhecer pessoas de todo o mundo. O turismo é muito diferente e é mesmo muito interessante. Nós vemos o mundo de uma determinada maneira, a nossa cultura de base, a família, os valores e aqui é uma plataforma de pessoas que chegam de todo o lado, pessoas muito diferentes, com formas de estar diferentes… Estou a gostar muito …

PressTUR: Quanto investiu?

José Carlos Gonçalves: Investimos cerca de 3,2 milhões de euros.

PressTUR: Qual o perfil-padrão dos hóspedes?

José Carlos Gonçalves: Nós focámo-nos no segmento médio alto e muito assente nos europeus, mas também americanos. As nacionalidades com maior peso são ingleses, americanos (do Canadá e Estados Unidos), holandeses, alemães, franceses e portugueses.

PressTUR: Qual o peso dos portugueses na vossa facturação?

José Carlos Gonçalves: Cerca de 15% a 20% ao longo do ano, mas no Verão cerca de 40% são portugueses.

PressTUR: Entre os estrangeiros teve um muito famoso e que fez correr muita tinta quando se soube…

José Carlos Gonçalves: Não é que façamos nada em particular por isso, mas sim de vez em quando aparecem cá pessoas conhecidas, futebolistas, atores, etc. E sim, esteve cá o Keanu Reeves… Quando ele veio pela primeira vez surgiu-nos sem pedido prévio… Pessoa muito simpática, muito acessível, nunca quis tratamento especial… E já cá esteve mais umas três ou quatro vezes… Mas nós não tiramos muito partido disso, não somos propriamente uns marketeers, aliás, somos até um bocadinho desajeitados no assunto (risos)

Ver também:

Colégio Charm House: o hotel apalaçado de Tavira que acolhe estrelas como Keanu Reeves

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Para aceder ao site do Colégio Charm House clique aqui.

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