As sucessivas campanhas dos operadores turísticos estão a reduzir a rentabilidade que as agências da rede Mercado das Viagens conseguem com a venda de pacotes, levando a empresa a investir na capacitação para a venda de produto próprio.
“Andamos desde Novembro com campanhas sucessivas e há campanhas com margens de rentabilidade de 4% e de 5%, o que é perigosíssimo”, destacou Adriano Portugal, director-geral do Mercado das Viagens.
As agências de viagens e os operadores turísticos “têm que se sentar à mesa para encontrar soluções que dignifiquem a profissão e beneficiem o mercado”, defendeu o executivo, em conferência de imprensa em Lagos, na 6ª Convenção do Mercado das Viagens, que decorreu nos dias 7 e 8 de Fevereiro.
Para o director-geral da rede, a solução mais imediata passa pela venda de viagens à medida, “que permitem mais rentabilidade para as agências de viagens”, mas exigem formação e acesso a plataformas de reservas.
Com o objectivo de capacitar as 22 agências da rede para a venda de produto próprio, o Mercado das Viagens investiu, no ano passado, na reactivação do seu consolidador interno, o MV Aéreo, que tem vindo a crescer, de acordo com Adriano Portugal.
Por outro lado, “temos feito grandes apostas em marketing digital, que traz mais vendas com mais rentabilidade, com resultados muito positivos”, acrescentou o director-geral.
Adriano Portugal sublinhou ainda que o Mercado das Viagens está a investir na participação dos agentes em formações sobre destinos, “para que possam vender mais produto tailor-made [à medida]”.
Na mesma ocasião, Carlos Silva, administrador do Mercado das Viagens, defendeu que as agências têm que se “focar no atendimento”, porque “é isso que as pessoas que procuram agências de viagens querem”. Esse atendimento “acrescenta ao preço e aumenta a rentabilidade”.
Sem revelar valores concretos, o Carlos Silva indicou que, no ano passado, o nível de rentabilidade “não correu muito mal” para as agências da rede, com um crescimento de 8%.
Nuno Pereira, administrador, indicou que, com um total de 19 agências em 2024, a facturação da rede aumentou perto de 20% em relação aos 11,9 milhões de euros facturados com 18 agências em 2023.
Os cinco maiores fornecedores da rede são os operadores turísticos do grupo Ávoris e W2M, os operadores turísticos Solférias e Soltour, e a central de reservas Tour10. Os operadores turísticos do Grupo Newtour (Soltrópico e Egotravel) estiveram entre os que mais cresceram no Mercado das Viagens em 2024.
Este ano, a empresa aumentou a sua rede para 22 agências e espera chegar a 25 ou 26 até ao final do ano, o mesmo número de 2019, pré-pandemia. Do total, seis agências são detidas pelos administradores e as restantes são franchisadas.
Fundado em 2013, o Mercado das Viagens tem várias agências “que já superaram a fase inicial do negócio, muitas com seis e sete anos de actividade”, de acordo com Carlos Silva. “Sete ou oito agências já passaram a marca de 1,5 milhões de euros de facturação e uma superou os 3 milhões de euros”, acrescentou.
Continua: Mercado das Viagens começa o ano com mais 18% de reservas
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