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Kannak quer “ocupar um espaço de relevância” em Portugal, sem ilusões – Duarte Correia

A Kannak, operador especializado em circuitos do Grupo World2Meet (W2M), quer “ocupar um espaço de relevância” em Portugal, diferenciando-se pela programação charter para “destinos singulares”, mas sem ilusões de grandes números, avançou o director da empresa em Portugal, Duarte Correia, em entrevista ao PressTUR.

A Kannak foi lançada em Espanha em Janeiro de 2023 e foi apresentada em Portugal no Verão passado. Foi um “soft opening”, de acordo com Duarte Correia.

Este ano, com website e atendimento em português, os destaques da programação da Kannak são os circuitos na Albânia, com voos charter directos de Lisboa e Porto, e no Uzbequistão, com charter de Madrid e ligação a partir de Portugal.

PressTUR: Como está a ser a implementação da Kannak em Portugal?

Duarte Correia: O ano passado foi um soft opening do operador. Este ano é que começámos. É mais difícil entrar neste mercado dos circuitos, que não está saturado, mas não está em crescimento. Vamos tentar ocupar um espaço de relevância, que merecemos, porque apresentamos propostas e destinos alternativos, mas não estamos à espera do impacto que tivemos com a tour operação para os outros destinos. Pretendemos ter alguma relevância com o produto Kannak, mas estamos a falar de um mercado que não é assim tão elástico.

PressTUR: Refere-se apenas ao mercado dos circuitos?

Duarte Coreia: Sim. O mercado da tour operação cresceu em Portugal. Não há só passagem de clientes de um lado para o outro. O mercado cresceu. Temos vindo a crescer na tour operação, no longo curso, no médio e no curto. O mercado não cresceu a dois dígitos, mas cresceu. Há mais gente a viajar hoje em dia do que no passado.

PressTUR: Então a Kannak já está completamente implementada em Portugal, com site e atendimento em português?

Duarte Correia: Sim, temos site e atendimento em português. Temos saídas com garantia de Lisboa e do Porto. Temos a Albânia com voos directos e temos outros programas via Madrid, como o Uzbequistão.

PressTUR: A Albânia é um dos destaques da programação da Kannak?

Duarte Correia: Em termos de voos directos, o destaque é a Albânia, com voos de Lisboa e do Porto. Onde temos mais poder é onde temos voos directos para o começo do circuito. Na Albânia, começamos em Tirana, fazemos o circuito e voltamos a Tirana. Esta é a fórmula mais conveniente para os clientes. Via Madrid é um bocadinho mais complicado, mas o leque de oferta é muito maior.

PressTUR: Este ano voltam a ter voos charter de Madrid para o Uzbequistão?

Duarte Correia: Continuamos com o Uzbequistão como no ano passado. Este ano com muito mais impacto do que no ano passado. Este ano está-se a vender muito mais via Madrid, inclusive com a Kannak, mas também com a Newblue, porque é tudo no Terminal 4.

PressTUR: Como é a operação para o Uzbequistão?

Duarte Correia: Todas as semanas durante os meses de Julho e Agosto temos circuitos com partidas garantidas. Está-se a vender muito bem. E com muitos agentes de viagens a comprarem para si próprios. Há muitos agentes de viagens a quererem fazer o circuito do Uzbequistão.

PressTUR: E além dos agentes de viagens, como estão as vendas para o Uzbequistão?

Duarte Correia: Está-se a vender muito bem. Obviamente que é um destino que não é tão conhecido e não é sonante no mercado português. É uma viagem cultural e para portugueses quando não há praia complica a venda. O grande volume das vendas não está no cultural, está nos destinos de praia e no Uzbequistão não se pode oferecer praias, portanto é um destino menos validado para os portugueses fazerem férias. No entanto, quando se fala em Rota da Seda, a grande maioria sabe o que é. O Uzbequistão é um produto que se vende a viajantes frequentes, que já têm um portefólio de viagens acentuado, já conhecem mundo.

PressTUR: E o circuito da Albânia?

Duarte Correia: Todos os circuitos são mais culturais, mas os pontos de passagem na Albânia têm praia e aí torna-se mais fácil para o mercado português. No entanto, toda a vertente de circuito é apenas uma, que é cultural. Ninguém vai andar de praia em praia a fazer um circuito.

PressTUR: Qual é o objectivo da Kannak para este ano em número de clientes?

Duarte Correia: O nosso objectivo para o primeiro ano é atingir os 500 passageiros. Ainda estamos longe, mas também estamos no primeiro quadrimestre. Ainda há muito por vender. No entanto, com as ofertas temos vindo a apresentar ao mercado, há muita gente a comprar. É um mercado muito restrito, não se pode falar em dezenas de milhares de clientes. Enquanto nós movimentamos 80 mil passageiros para o Caribe, na Kannak se fizermos 500 ficamos contentes.

PressTUR: Mas estamos a falar de um valor médio por passageiro mais elevado?

Duarte Correia: Mais elevado, sim, apesar de termos pacotes na Kannak que variam entre os 1.500 e os 3.000 euros. Portanto, 1.500 euros para uma semana, com a grande maioria dos dias com tudo incluído não é caro. Não é pelo preço, é pelo tipo de produto. É pura e simplesmente mais cultural. Esta é a diferença entre a Kannak, a Icárion e a Newblue. A Newblue é mass market, é praia. A Icárion são longas viagens e abrange um misto de segmentos. A Kannak é apenas cultural, são circuitos com avião, autocarro e muita mudança de hotel, de cidade em cidade.

PressTUR: Os circuitos são com guia em espanhol?

Duarte Correia: Depende. Nas partidas que temos de Portugal, se tivermos os números que queremos, fazemos com guia em português. Senão, juntamos os nossos passageiros com os de Espanha e fazemos com um guia em portunhol, que todos nós temos a capacidade de entender.

PressTUR: Em que é a Kannak se diferencia dos outros operadores que programam circuitos em Portugal?

Duarte Correia: São destinos singulares, nomeadamente o Uzbequistão, com voos directos de Madrid, que é a nossa grande chave, e a Albânia, com voos directos. É onde temos voos directos que estamos a fazer a diferença em relação ao resto do mercado. Dei apenas dois exemplos, mas existem outros. Temos voos de Espanha para a Madeira e para os Açores com clientes Newblue e com clientes Kannak. Os clientes da Newblue que vão para os Açores ficam cinco noites num hotel em Ponta Delgada e os clientes da Kannak andam de ilha em ilha a fazer o circuito açoriano. Tal como na Madeira. Esta é a perspectiva, juntarmos clientes da Newblue e da Kannak nos voos e, localmente, fazer programas completamente diferentes. É onde nos diferenciamos dos outros operadores, que utilizam os voos regulares da TAP e de outras companhias. Nós também o fazemos, mas não é tão atractivo, nem para nós nem para o cliente.

PressTUR: Para o Uzbequistão, por exemplo, têm algum acordo com uma companhia aérea para fazerem as ligações de Lisboa e do Porto a Madrid?

Duarte Correia: Sim, com a Iberia, que voa para o Terminal 4, que é onde nós estamos com a nossa companhia aérea, a World2Fly, o que significa que são apenas umas horas de espera. O check-in é directo e a bagagem é despachada para o destino final.

PressTUR: E para a Albânia, como está montada a operação?

Duarte Correia: É com partidas semanais, uma de Lisboa e uma do Porto, com avião partilhado com a Soltour.

PressTUR: Está nos planos da Kannak ter operações próprias a partir de Portugal?

Duarte Correia: Tudo é possível. Actualmente, a Kannak vai a reboque dos charters da Newblue, porque é mais fácil e mais competitivo em termos de preço, à excepção de alguns circuitos muito específicos em que utiliza as companhias regulares, mas só quando temos um preço apetecível de uma carreira regular.

Ver também:

Vendas de pacotes com voos via Madrid estão a crescer nos operadores da W2M em Portugal – Duarte Correia

Para aceder ao site da W2M clique aqui.

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