A decisão de construir um aeroporto em Alcochete, que só estará pronto em 2036, é para o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, uma estratégia do Governo português para “dar a sensação de que está a fazer alguma coisa”.
“Alcochete é um sonho impossível, é uma decisão do Governo português para dar a sensação de que está a fazer alguma coisa, quando sabem que nada vai acontecer nos próximos 15 a 25 anos”, afirmou o CEO da Ryanair hoje em Lisboa.
“Toda a gente quer visitar Lisboa”, com os seus “excelentes restaurantes, hotéis e clima, [mas Portugal] não está a capitalizar isto”, defendeu Michael O’Leary.
“É o que acontece quando têm um monopólio francês [Vinci/ANA] a gerir os aeroportos e um Governo que finge estar a fazer alguma coisa ao anunciar que vai abrir um aeroporto em Alcochete em 2040, sem resolver as restrições artificiais de capacidade que existem hoje na Portela”, acusou Michael O’Leary.
Em finais de Novembro do ano passado, o Governo português anunciou um plano de obras para o aeroporto de Lisboa, que inclui a abertura de 12 novas posições de estacionamento de aeronaves, de acordo com o “Público“. As obras deverão estar concluídas em 2027.
O CEO da Ryanair defende a abertura de um aeroporto no Montijo, que considera possível em cinco anos, e que prevê que terá capacidade para movimentar entre 5 milhões e 10 milhões de passageiros.
Michael O’Leary destacou que a Ryanair tem apenas quatro aviões baseados em Lisboa, capital portuguesa, muito menos que no Porto (12) e em Faro (11).
“Só transportamos cerca de 3,7 milhões de passageiros” de/para Lisboa, mas “se analisarmos a população e as chegadas de turistas, deveríamos estar a transportar entre 7 milhões e 10 milhões de passageiros por ano”, calcula o CEO da Ryanair.
“A única razão pela qual não conseguimos fazê-lo é porque não nos permitem aumentar de quatro para 15 ou 20 aviões baseados em Lisboa”, garante Michael O’Leary. “Esse crescimento está disponível hoje. Só precisam de aumentar a capacidade do terminal”.
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