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Aviação precisa de “um padrão comum para medir a sustentabilidade” – Lucas Bobes, Amadeus

As tecnológicas têm milhões de oportunidades por dia para apresentar as opções mais sustentáveis aos viajantes, mas, antes disso, é preciso definir o que é uma viagem sustentável, e há vários desafios para lá chegar, disse ao PressTUR Lucas Bobes, Group Environmental Officer do Amadeus.

O Amadeus está em contacto com mais de um milhão de viajantes por dia, indirectamente, através dos agentes de viagens ligados à sua plataforma, o que “significa mais de um milhão de oportunidades por dia para informar os viajantes sobre as opções sustentáveis que têm”, começou por dizer Lucas Bobes.

Contudo, para aproveitar estas oportunidades, é necessário “chegar a um acordo na indústria sobre um padrão comum para medir a sustentabilidade, definir o que é uma viagem sustentável”, defendeu o executivo do Amadeus.

Em declarações ao PressTUR no Dubai, após uma conferência na feira Arabian Travel Market (ATM), Lucas Bobes afirmou que ainda existem pelo menos três desafios inerentes à criação de um padrão de medição da sustentabilidade.

Um desses desafios é a incerteza sobre as emissões de CO2. “Se a reserva for feita com três meses de antecedência, nem sabemos qual vai ser o avião utilizado”.

Por outro lado, existe “algum nível de incerteza acerca de outros impactos dos voos, os efeitos não-CO2, que são muito difíceis de calcular e variam de voo para voo. Dependem da altitude, da humidade, da altura do ano, etc”, acrescentou Lucas Bobes.

O terceiro desafio à criação de um padrão para medir a sustentabilidade é a subjectividade do cálculo. “É preciso definir como é que vamos alocar as emissões do avião especificamente a um passageiro: vamos fazer por lugar, vamos descontar a carga, vamos considerar o load factor do avião? Qual é a percentagem de lugares ocupados? Não temos essa informação na altura da reserva. E se vamos ter em conta uma média, que média será essa, será do ano, da semana, do dia da semana?”.

Para Lucas Bobes, “a maioria das decisões nesta área podem ser defendidas, mas também podem ser criticadas. É por isso que é tão importante chegarmos a um consenso e definirmos um sistema que sabemos que não vai ser perfeito, mas que pelo menos todos concordamos”.

As principais associações da indústria da aviação têm uma palavra a dizer sobre este tema, como a ICAO ou a IATA, mas também os governos e as empresas devem contribuir para esta discussão, defendeu o executivo do Amadeus.

“Nós processamos 400 milhões de reservas por ano. Pensamos que a nossa responsabilidade está na distribuição da informação e no trabalho em conjunto com todos os parceiros da indústria na tentativa de chegar a um acordo sobre um padrão comum”, acrescentou Lucas Bobes.

Papel da tecnologia na eficiência operacional

O executivo do Amadeus destacou ainda o papel relevante da tecnologia na melhoria da eficiência operacional, o que, em várias ocasiões, está “ligado a uma melhoria no desempenho ambiental”.

“Se conseguimos, por exemplo, reduzir o tempo que um avião passa na pista antes de levantar voo, o que estamos a fazer é reduzir o consumo de combustível do avião, reduzir a poluição local no aeroporto, melhorar o uso da infra-estrutura já existente, melhorar a satisfação do cliente, uma vez que reduzo o atraso, e – a beleza de tudo isto – é que ao mesmo estamos a reduzir emissões e o impacto ambiental por passageiro voado”, afirmou Lucas Bobes.

Existem outras áreas relevantes em que a tecnologia pode fazer a diferença, como no combustível sustentável para a aviação (SAF, sustainable aviation fuel), mas “o elemento mais importante é que todos precisamos de trabalhar em conjunto para fazer transições revolucionárias necessárias”, concluiu o executivo.

O PressTUR viajou a convite do Departamento de Economia e Turismo do Dubai

Ver também:

Chave da mudança para um turismo mais sustentável está nas viagens empresariais – Tom Kershaw, Travelport

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