O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, afirmou hoje que gostaria que o Governo cumprisse “a promessa de pagar o Apoiar de Abril a Dezembro de 2021”, sobre o qual o PS tinha dado “boas respostas” durante a campanha eleitoral.
O Programa Apoiar foi um auxílio de tesouraria, sob a forma de subsídio a fundo perdido, dirigido às empresas dos sectores mais afectados pelas medidas excepcionais adoptadas durante a pandemia de covid-19.
O programa “foi pago até Abril de 2021, quando as condições de crise que o justificaram se prolongaram para muito depois de Abril de 2021”, defendeu Pedro Costa Ferreira num encontro com jornalistas esta manhã em Lisboa.
As agências de viagens esperavam “o pagamento do Apoiar de Abril de 2021 a Dezembro de 2021” e, segundo o presidente da APAVT, tiveram “boas respostas por parte do PS” durante a campanha eleitoral, mas “não tivemos a realização dessas boas respostas pelo Governo de agora”.
“Gostava que fosse cumprida a promessa de pagar o Apoiar de Abril a Dezembro de 2021. É o que as agências precisam, era o que as agências esperavam e, mais do que isso, é o que as agências acreditaram que ia acontecer”, enfatizou o dirigente.
As agências de viagens e os operadores turísticos tiveram três apoios nos dois anos de pandemia “que resultaram na salvação do sector conjugados com outras intervenções”, frisou Pedro Costa Ferreira.
Um desses apoios foi o micro-crédito do Turismo de Portugal, classificado pelo presidente da APAVT como “o benchmark das boas práticas, quer a nível de apoio quer a nível de instituição que apoia”. O crédito tinha uma carência de um ano para ser pago em dois anos e passou a ter uma carência de dois anos (já começou a ser pago) e o prazo do pagamento foi alargado para quatro anos.
“O Turismo de Portugal fez tudo o que precisava de ser feito. Gostávamos que outras entidades e instituições lhe seguissem o exemplo”, frisou Pedro Costa Ferreira.
Os outros dois apoios foram o lay off simplificado “que foi fundamental e não se justifica que continue” e “o Apoiar, que foi pago até Abril de 2021 quando as condições de crise que o justificaram se prolongaram para muito depois de Abril de 2021”.
Sete anos de recuperação pela frente
Actualmente “não conhecemos nenhum apoio que se dirija às agências de viagens”, frisou Pedro Costa Ferreira, para quem se justificaria existirem “porque já ninguém duvida que o crescimento da economia portuguesa deste ano (…) se deveu ao turismo”.
O sector espera alcançar este ano resultados semelhantes a 2019, mas isso não invalida a necessidade de apoios, “porque as agências perderam entre cinco e sete anos de resultados ao longo da crise”, de acordo com o presidente da APAVT.
Por outro lado, “as maiores necessidades de tesouraria” aconteceram com a recuperação: “as agências corporate ao longo da crise tiveram recuperação de tesouraria, porque não havia vendas e as dívidas foram pagas, mas quando reiniciaram a actividade, durante dois ou três meses só tiveram vendas, não tiveram pagamentos”.
Pedro Costa Ferreira destacou ainda que existiram este ano “quebras importantes de rentabilidade” decorrentes dos aumentos dos preços dos combustíveis e da valorização do dólar, quer nos operadores turísticos quer nas agências de viagens.
A estimativa da APAVT é que o sector tem “sete anos de recuperação” pela frente. “Se os prazos das dívidas contraídas puderem ser alargados ajudará”, concluiu Pedro Costa Ferreira.