A ANAV – Associação Nacional de Agências de Viagens está a promover uma recolha de fundos para suportar os custos da acção legal que apresentou na Autoridade da Concorrência contra a Ryanair por “práticas comerciais exclusórias”.
Em comunicado, a ANAV sublinha as dificuldades sentidas pelas agências de viagens “na prestação de serviços ao seus clientes finais, em resultado de práticas comerciais ou legais abusivas, por parte da companhia aérea Ryanair no mercado português”.
A Associação refere que iniciou os procedimentos legais contra a low cost “face à ausência de resposta por parte da companhia aérea” a uma carta enviada no início deste ano.
No carta, a ANAV acusa a low cost de “criar barreiras tecnológicas (como sejam o bloqueio do IP ou a suspensão do e-mail usado pelas agências de viagens quando fazem o login) com o fim claro de tentar impedir a compra de passagens áreas da Ryanair pelas agências de viagens (quer online quer físicas)”.
A Associação acusa a Ryanair de recorrer “a métodos dissuasores que passam pela exigência de os consumidores que adquirem as passagens áreas da Ryanair através de agências serem obrigados a efetuar um reconhecimento facial para poderem fazer o seu check in (já que a alternativa oferecida ao consumidor a esta “metodologia” será fazer o check in no aeroporto com o pagamento de uma taxa de €55 /pessoa)”.
A ANAV garante que “o preço dos serviços relacionados com a passagem aérea e bagagem varia, de forma absolutamente subjetiva, consoante a reserva é feita em www.ryanair.com ou por outra forma (incluindo alterações feitas no aeroporto)”.
A Associação também acusa a Ryanair de sugerir “que algumas agências não transmitem informação que permita contactar os passageiros” e recomenda “que os clientes reservem apenas voos Ryanair diretamente através da aplicação da Ryanair e do website da Ryanair”.
A Associação defende que as políticas da Ryanair criam “barreiras, incómodos e custos acrescidos associados à reserva de voos através de agências de viagens”, o que reduz “a liberdade de escolha do consumidor” e potencia “a deterioração da qualidade dos serviços prestados”.
Face à ausência de resposta da Ryanair, a ANAV iniciou uma acção legal contra a low cost na Autoridade da Concorrência. Contudo, “face aos elevados custos que acarreta, a ANAV decidiu fazer um apelo geral às agências de viagens e a terceiros que possam contribuir para que este processo seja efectivado”.
“As agências de viagens portuguesas continuam a sentir muita dificuldade em prestar um serviço de qualidade aos seus clientes finais sempre que esse serviço passa por vender voos da Ryanair”, afirmou Miguel Quintas, presidente da ANAV, citado no comunicado.
“Necessitamos do apoio e do contributo de todos, para alavancarmos este processo”, acrescentou o dirigente.
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