“A implementação do NDC tem sido dolorosa” para quem vende viagens de negócios, mas a mudança é inevitável e a Go4Travel está focada em fazer essa transformação sem perder produtividade e qualidade de serviço, de acordo com o seu CEO, Vasco Pinheiro.
O NDC (New Distribution Capability) é a nova tecnologia que as companhias aéreas estão a implementar para apresentar os seus produtos às agências de viagens, em alternativa à EDIFACT (Electronic Data Interchange for Administration, Commerce and Transport), utilizada desde a década de 1980.
Apesar do crescimento, o número de reservas que as agências de viagens do grupo Go4Travel fazem em NDC ainda é baixo. Quem implementa a tecnologia são as companhias aéreas e nem todas estão a fazê-lo à mesma velocidade ou com a mesma estratégia. Nas mais adiantadas, o volume de reservas está “na ordem dos 20%”, indicou Vasco Pinheiro este Sábado, em conferência de imprensa na Terceira, Açores, na “Summit Go4Travel 2025”.
A TAP, que representa 50% das vendas de aviação da Go4Travel, “está a fazer uma coisa bastante importante, que é implementar o NDC sem fechar a porta aos canais de distribuição actuais”, como os GDS, que são os canais mais utilizados pelas agências de viagens desde os anos 1980.
Para Vasco Pinheiro, esta estratégia da TAP é “muito positiva”, porque os GDS ainda garantem “muito maior eficiência a vários níveis” sobre os canais alternativos, sobretudo na venda de viagens de negócios (corporate).
As exigências do segmento corporate, que corresponde a 70% do negócio da Go4Travel, incluem “constantes modificações de reservas, alterações de datas e de horários”, entre outras necessidades a que os GDS respondem melhor que outros sistemas de reservas, de acordo com Vasco Pinheiro.
É devido a estes “constrangimentos” na gestão das viagens de negócios que a Go4Travel só quer ver o NDC implementado “quando estiver 100% funcional”, sem prejudicar a produtividade das agências de viagens e a qualidade do serviço que prestam aos seus clientes.
No entanto, Vasco Pinheiro indicou que “começam a ser dados passos” para que existam soluções de reservas com tecnologia NDC com “um nível de serviço parecido ao dos GDS”. Uma dessas soluções é o Atriis, um agregador de várias fontes de produto das companhias aéreas. Clique para ler: Go4Travel assina acordo com a plataforma de gestão de viagens corporativas Atriis.
Para alargar a oferta de produto de companhias aéreas, o grupo também está a negociar com o Sabre, mas “ainda não há um acordo fechado”, de acordo com Vasco Pinheiro.
4Book: crescer fora da rede
Além da aviação, o executivo revelou que empresa também está a investir na área da hotelaria, tendo passado a fazer contratação directa através da sua plataforma 4Book.
“A génese da Go4Travel é contratar com os fornecedores directamente: companhias aéreas, operadores turísticos, rent-a-cars, e a hotelaria ainda não estava dentro deste âmbito. Com a 4Book ganhámos a tecnologia que nos permite contratar hotelaria e distribuí-la”, frisou Vasco Pinheiro.
O executivo destacou que o próximo passo é “construir um inventário de hotelaria grande, que alimente toda a rede da Go4Travel” e, posteriormente, passar a comercializar para agências de viagens fora da rede.
“Estamos a criar alicerces para que possa o 4Book possa ser ele próprio uma ferramenta de crescimento fora da rede da Go4Travel”, sublinhou Vasco Pinheiro.
Consolidar e crescer
A Go4Travel é um grupo de agências de viagens com 44 accionistas e 100 balcões, com uma facturação de cerca de 420 milhões de euros em 2024, um aumento de cerca de 5% em relação a 2023.
Para este ano, a perspectiva é “de consolidação e crescimento em relação ao ano anterior”, indicou Vasco Pinheiro.
O executivo falava aos jornalistas na Terceira, nos Açores, onde decorreu a “Summit Go4Travel 2025”, de 7 a 9 de Novembro, com cerca de 250 participantes.
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