O governo italiano aprovou um decreto que limita os preços dos voos para as ilhas da Sardenha e Sicília, mas fontes citadas pela “Bloomberg” avisam que poderá haver mais mudanças no sector.
O decreto aprovado em Agosto proíbe as companhias aéreas de aumentar os preços dos voos para as ilhas da Sardenha e Sicília mais de 200% acima do preço médio nessas rotas.
A medida entrou em vigor com a aprovação do decreto no início deste mês, mas o Parlamento italiano tem que ratificar o decreto no prazo de dois meses, sob pena de caducar, podendo fazer alterações.
O decreto foi criticado pelo Conselho Italiano de Representantes de Companhias Aéreas (IBAR) e pela Associação Nacional das Transportadoras e Operadoras de Transporte Aéreo (Assaereo).
O IBAR e a Assaereo apelaram ao governo para que reconsiderasse a sua decisão, alertando que “qualquer tentativa de restringir as liberdades do sector e a concorrência que o caracteriza” poderá impactar negativamente a oferta e os preços dos bilhetes, bem como os níveis de emprego no sector aéreo e indústrias relacionadas, segundo uma notícia da “Reuters”.
Esta quarta-feira, a “Bloomberg” noticiou que o decreto é apenas o começo de uma estratégia do governo italiano para remodelar o sector de aviação no país.
O executivo liderado por Giorgia Meloni está a planear conversações formais com as companhias aéreas nas primeiras semanas de Setembro, segundo fontes familiarizadas com tema, acrescenta a “Bloomberg”.
Uma dessas fontes indicou ainda que o ministro italiano da Indústria, Adolfo Urso, pretende iniciar reuniões com as companhias aéreas para estabelecer uma estratégia mais ampla para o sector da aviação em Itália.
A notícia sublinha ainda que a limitação de preços dos voos para as ilhas acontece numa altura de rápida consolidação do mercado da aviação em Itália, após o colapso da companhia aérea estatal Alitalia, e num momento forte aumento dos preços.
