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Presidente do Conselho das Finanças Públicas ‘acusa’ turismo de provocar crescimento acima do previsto

A presidente do Conselho de Finanças Públicas, Nazaré da Costa Cabral, declarou à Lusa que “a menos que o último trimestre do ano seja muito negativo”, a economia portuguesa vai crescer mais do que previu em Março, ‘por culpa’ do turismo.

Nazaré da Costa Cabral avançou que a sua previsão actual é que a taxa de crescimento deste ano vai ficar próxima dos 3%, superando os 1,2% que previu em Março e os 1,8% previstos pelo Governo no Programa de Estabilidade.

A explicação: “temos tido um crescimento muito grande dos números do turismo nesta primeira metade do ano”.

Embora admitindo que no segundo e terceiro trimestres haverá uma desaceleração da taxa de variação em cadeia para cerca da metade do valor verificado no início do ano, só na eventualidade de um último trimestre “muito negativo”, a taxa de crescimento este ano irá aproximar-se dos 3%.

Nazaré da Costa Cabral, que falava à Agência Lusa, de acordo com a imprensa portuguesa, considerou que o desempenho acima das expectativas é explicável pelas exportações, sobretudo de serviços, investimento e consumo privado.

“Temos tido um crescimento muito grande dos números do turismo nesta primeira metade do ano. É de esperar que agora, pelo menos na altura do verão, isso se mantenha”, admitiu, acrescentando que no investimento também se verificará essa aceleração.

Apesar de alguma desaceleração do consumo privado, que admitiu não ser tão intensa quanto se previa, porque “ainda se nota a capacidade de as famílias usarem uma parte das poupanças que obtiveram, nomeadamente durante a pandemia” e pelos apoios para mitigar o impacto da inflação, nomeadamente os apoios aos rendimentos na área dos salários e pensões”, que tiveram efeito numa camada com “uma elevada prevenção marginal de consumir”.

Nazaré da Costa Cabral comentou que “é importante dizer que o próprio turismo ou os turistas também dão um contributo não apenas para as exportações, mas induzem também consumo privado”.

Apesar das previsões optimistas para este ano a presidente do Conselho de Finanças Públicas considera que para o próximo ano “as incógnitas são muitas”.

“O último trimestre do ano é um trimestre problemático”, dada a incerteza sobre a situação internacional, nomeadamente a dos parceiros europeus de Portugal de que o país mais depende.

“Aquilo que seja o desempenho da economia portuguesa no próximo ano estará muito dependente também dessa evolução”, acrescentou.

“Creio que é muito importante que a economia portuguesa se diversifique mais e melhor para certos elementos de produção que permitam de facto acrescentar mais valor”, avançou Nazaré da Costa Cabral depois de assinalar que o crescimento económico de 2024 dependerá também do investimento, designadamente do investimento público, “induzido pela continuação da aplicação das verbas do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]”.

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