As empresas definirem orçamentos para viagens com base em limites de emissões de CO2 é o tipo de política que permitirá a transição para um turismo mais sustentável, defendeu o Chief Product & Technology Officer da Travelport, Tom Kershaw, em declarações ao PressTUR.
A tecnologia tem “um poder enorme” para potenciar o turismo sustentável, por controlar os processos de pesquisa e compra de viagens, começou por dizer o executivo, que falava ao PressTUR no Dubai, após uma conferência na feira Arabian Travel Market (ATM),
“Actualmente, as pesquisas consideram apenas o preço e a duração do voo, mas se introduzirmos o peso da pegada de carbono, os voos mais eficientes passam para o topo da lista de resultados e os voos ineficientes serão colocados no fim dessa lista”, afirmou Tom Kershaw.
Para o executivo da Travelport, educar o consumidor não é suficiente para que este escolha a opção mais sustentável. “Simplesmente não lhes dêem uma opção que não seja sustentável”, frisou Tom Kershaw. E justificou a sua posição: “os consumidores tradicionais estão muito orientados pelo preço. Só estão preocupados com o mais barato. Apanham um voo que esteja a despejar petróleo pela janela só para pouparem 1 dólar”.
Orçamentos baseados nas emissões de CO2
Desta forma, a chave está nos gestores de viagens corporativas, que “podem adoptar políticas que realmente podem causar uma transformação na indústria”. Podem, por exemplo, pedir às tecnológicas para eliminar das pesquisas “todos os voos ineficientes”.
A tendência, defende o executivo da Travelport, é as empresas estabelecerem orçamentos para viagens com base em limites de emissões de CO2.
Se os gestores de viagens corporativas “têm limites de preço, porque não introduzirem limites de emissões de carbono? Porque não permitir aos gestores de viagens corporativas dar orçamentos com base nas emissões? Se estabelecem um orçamento mensal de ‘x’ dólares para viagens, porque não estabelecer um orçamento mensal em toneladas de carbono?”.
“É uma questão de darmos as ferramentas aos gestores de viagens corporativas para tomarem estas decisões. Nunca fizemos isto antes como uma indústria. É algo em que estamos a trabalhar este ano”, concluiu Tom Kershaw.
O PressTUR viajou a convite do Departamento de Economia e Turismo do Dubai
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