A chave do regresso da TAP a resultados positivos em 2022 foram os passageiros, que deixaram na companhia mais 158,4 milhões de euros na compra de passagens, com um aumento em 30,7% da tarifa média.
Esse aumento não significa aumento de preço, pois basta haver um incremento maior da procura de longo curso do que do médio curso ou da procura de executiva em relação à económica para se dar uma subida da tarifa média e daí que a aviação utilize preferencialmente o yield, que é o preço médio pago pelos passageiros por quilómetro voado.
A TAP não quantificou este indicador mas um cálculo com base nas receitas e no tráfego medido em RPK (passageiros x quilómetros voados) aponta para o valor de 8,3 cêntimos do euro em 2022, com 9,3 no 4º trimestre, reflectindo aumentos face a 2019 em cerca de 20,6% e em 36%, respectivamente.
Daí que para uma operação que, medida em ASK (lugares x quilómetros voados) até foi 12,5% menor que em 2019, com decréscimo e, 9,7% no último trimestre, a TAP teve um aumento das receitas operacionais em 5,6% ou 186,2 milhões de euros face a 2019, para 3.485 milhões, com aumento em 29,2% ou 236,1 milhões no 4º trimestre, para 1.044,8 milhões.
Os dados mostram também que o aumento de proveitos face a 2019 em 186,2 milhões no ano de 2022 resultou em 85,1% das receitas de passagens, que são o montante despendido pelos passageiros em bilhetes da companhia, atingindo 87,8% no quarto trimestre, em que as receitas de passagens aumentaram 207,5 milhões de euros para 917,8 milhões permitindo um aumento de 158,4 milhões no ano, para 3.072,4 milhões.
Os ‘parcos’ dados já divulgados pela TAP mostram que a redução de custos também influenciou a evolução da companhia no 4º trimestre, ao descerem face a 2019 em 117 milhões de euros no quarto trimestre, embora no ano de 2022 a redução tenha ficado em 34,8 milhões (-1,1%).