A Cintura de Sargaço é uma concentração de algas no Oceano Atlântico, entre a África Ocidental e a região das Caraíbas e do Golfo do México, que traz constrangimentos que vão além do impacto significativo no turismo em destinos de praia.
Estas algas são formadas no Mar de Sargaço, uma região no Atlântico que recebe correntes do Golfo do México, do Atlântico Norte, das Canárias e da região do Equador-Norte, e acumulam-se como uma “Cintura de Sargaço” no Atlântico que se move no sentido Oeste, para a região das Caraíbas e do Golfo do México, para depois serem transportadas para Norte pela corrente do Golfo.
Quando no mar alto, estas concentrações de sargaço oferecem habitats a diferentes espécies de peixes e crustáceos, além de contribuirem para a absorção de carbono.
Uma vez perto da costa, estas concentrações criam uma série de problemas como o bloqueio da luz essencial para a vida dos corais, entre outras perturbações dos ecossistemas costeiros, como obstáculos a tartarugas que vão desovar em praias, além de diminuirem a qualidade da água através do consumo de oxigénio que pode gerar as chamadas “zonas mortas”, bem como a qualidade do ar, particularmente quando estão a apodrecer e emanam sulfureto de nitrogénio, um gás nocivo a pessoas com problemas respiratórios como a asma.
Brian Barnes, investigador na University of South Florida’s College of Marine Science, citado pela “NBC“, indicou que uma concentração de sargaço pode trazer problemas como o bloqueio de “pontos de entrada para coisas como centrais de energia eléctrica ou centrais de dessalinização, as marinas podem ficar completamente inundadas [de algas] e os navios não conseguem passar”. O especialista vai mais longe e afirma que a situação “pode mesmo ameaçar infraestruturas críticas”, como foi o caso das Ilhas Virgens U.S. que declararam estado de emergências no Verão passado, devido a elevadas quantidades de sargaço que causaram faltas de água em St. Croix, devido ao bloqueio da sua central de dessalinização.
O impacto económico deste fenómeno é evidente devido aos constrangimentos que cria aos turistas de destinos costeiros interessados em fazer praia ou usufruir de instalações náuticas, fazendo com que estes optem por outros destinos, mas também porque a sua remoção é considerada dispendiosa.
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