A Iberia e os sindicatos que representam os seus trabalhadores de assistência em terra (handling) estiveram reunidos esta quinta-feira, mas não chegaram a um acordo que permita travar a greve prevista para os dias 5 a 8 de Janeiro.
A paralisação, que coincide com o Dia de Reis e o fim das férias de Natal e Ano Novo, poderá afectar mais de 90 companhias aéreas em 29 aeroportos espanhóis, segundo a imprensa espanhola.
Os sindicatos começaram por anunciar, em meados de Dezembro, uma greve de oito dias na época de Natal e Ano Novo, que adiaram “tendo em vista a abertura de um novo quadro negocial em que o Governo interviria”. Clique para ler: Trabalhadores da Iberia adiam convocação da greve prevista para Natal e Ano Novo.
A reunião desta quinta-feira, dia 28 de Dezembro, contou com mediação do SIMA (do espanhol para Servicio Interconfederal de Mediación y Arbitraje), mas terminou sem acordo.
A greve, segundo o “El País”, afectará os 29 aeroportos onde a Iberia presta serviços de assistência em terra, incluindo Madrid, Barcelona, Palma de Maiorca, Málaga, Alicante, Gran Canária, Tenerife Norte, Tenerife Sul, Valência, Sevilha, Ibiza e Bilbau.
A paralisação afectará os voos da Iberia e das companhias aéreas do grupo IAG (British Airways, Vueling, Air Nostrum, Level e Air Lingus), assim como as operações das mais de 90 transportadoras para as quais a Iberia Airport Services (empresa de handling da Iberia) presta serviços.
Os sindicatos convocaram a greve para contestar a decisão da Iberia de rejeitar fazer ‘autohandling’ nos oito aeroportos onde a Iberia Airport Services perdeu a concessão no último concurso da AENA, gestora dos aeroportos espanhóis. Os oito aeroportos são Barcelona-El Prat, Palma de Maiorca, Málaga, Alicante, Gran Canária, Tenerife Sul, Ibiza e Bilbau.
A Iberia, contudo, defende que não é economicamente viável fazer o ‘autohandling’, ou seja, prestar os serviços de handling às empresas do IAG (Iberia, British Airways, Level, Vueling, Air Lingus e Air Nostrum).
Segundo o “El País”, a Iberia garante que os trabalhadores têm direitos laborais e salariais garantidos, mas defende que a única solução é os trabalhadores terem os seus contratos sub-rogados às empresas que venceram o concurso da AENA, devido ao elevado custo e à falta de rentabilidade que o projecto de ‘autohandling’ teria.
A Iberia, ainda segundo o diário espanhol, sublinhou que só continuará a negociar com os sindicatos se as greves forem canceladas.
Esta sexta-feira, dia 29, o ministro da Indústria do Turismo de Espanha, Jordi Hereu, afirmou estar confiante de que as negociações entre a Iberia e os sindicatos chegarão a um “bom resultado”.
O artigo do “El País” esclarece que o concurso da AENA, que permitirá a exploração do serviço por um período de sete anos, tem um valor de receitas superior a 5.000 milhões de euros. Os grupos que mais beneficiaram da última adjudicação foram a Groundforce, propriedade da Globalia (dona da Air Europa), que obteve 12 licenças para 12 aeroportos, mantendo aqueles com maior tráfego (Madrid, Barcelona, Palma de Maiorca, Málaga, Alicante , Gran Canaria, Valência, Ibiza, Lanzarote, Saragoça, Fuerteventura e Bilbau); a belga Aviapartner, que ficou com 13 licenças em 15 aeroportos, estreando-se em Madrid, Barcelona e Alicante; e a britânica Menzies, com sete licenças em sete aeroportos.
O jornal sublinha ainda que a AENA estabelecerá um cronograma de transição das licenças com base no tamanho do aeroporto e nas mudanças de operador, se aplicável. Contudo, todas as companhias aéreas poderão continuar a prestar os seus próprios serviços de assistência, como acontece com a Ryanair.